"Não vou renunciar, meu compromisso é com o Peru", diz presidente do país
Dina Boluarte pediu desculpas pelas vítimas durante as manifestações, que já deixaram quase 50 mortos
Foto: Reprodução/Redes Sociais
Dina Boluarte, presidente do Peru, garantiu na última sexta-feira (13) que não renunciará ao cargo, apesar da crescente pressão política e das manifestações, que já duram cinco semanas e deixaram ao menos 49 mortos.
"Algumas vozes que vêm dos violentos e radicais pedem minha renúncia, incitando a população ao caos, à desordem e à destruição, digo-lhes de forma responsável: não vou renunciar, meu compromisso é com o Peru", disse em mensagem ao país transmitida pela televisão estatal.
"Não posso deixar de reiterar meu pesar pelas mortes de peruanos nos protestos. Peço desculpas por esta situação", acrescentou.
O Peru viveu o décimo dia consecutivo de protestos nesta sexta-feira, após uma trégua de fim de ano. Três ministros renunciaram, e os bloqueios de estradas persistiram no sul dos Andes, afetando a cidade turística de Cusco e o trem para Machu Picchu.
Manifestantes
Além da renúncia da presidente, os insatisfeitos exigem eleições neste ano, em vez de apenas em abril de 2024, bem como a convocação de uma Assembleia Constituinte para substituir a Carta Magna de 1993, promovida pelo então presidente Alberto Fujimori, que estabelece a economia de mercado como o eixo do desenvolvimento socioeconômico. A medida é reivindicada por partidos de esquerda e organizações camponesas desde 2021.
Os manifestantes também pedem ainda a exigência de julgamento e punição dos responsáveis pelas mortes registradas em confrontos com policiais. Além dos óbitos, há 531 feridos, 355 civis e 176 policiais, e 329 pessoas detidas, segundo a promotoria peruana, que abriu uma investigação por "genocídio" contra Boluarte.