Naufrágio na costa do Iêmen deixa 49 migrantes mortos e 140 desaparecidos
Embarcação tinha como destino os países do Golfo Pérsico
Foto: OIM/Alexander Bee
49 migrantes morreram e 140 continuam desaparecidos após um naufrágio ocorrido nesta segunda-feira (10) na costa do Iêmen. De acordo com a Organização Internacional para Migrações (OIM), o barco transportava 260 migrantes.
A agência da ONU enviou duas equipes médicas móveis para prestar assistência aos sobreviventes, na sequência da tragédia que teve 31 mulheres e seis crianças entre as vítimas.
O Iêmen é uma das principais rotas para migrantes africanos que tentam chegar aos países do Golfo Pérsico para trabalhar. Para o porta-voz da OIM, Mohammedali Abunajela, “a tragédia é outro lembrete da urgência de atuação conjunta para enfrentar os desafios imperiosos da migração e garantir a segurança” daqueles que embarcam nessas rotas.
Dos 71 sobreviventes, oito foram encaminhados para um hospital para tratamento a lesões mais graves. Outros 63 receberam primeiros socorros e cuidados no local, incluindo de trauma e curativos em uma clínica móvel. Psicólogos da OIM fornecem apoio na área de saúde mental a 38 pessoas.
De acordo com testemunhos de sobreviventes, o barco partiu da área somali de Bossaso por volta das 3h00 da manhã de domingo, transportando 115 somalis e 145 etíopes, incluindo cerca de 90 mulheres.
Instabilidade e eventos climáticos extremos
A agência da ONU indica haver uma alta de migrantes do Chifre da África viajando para o Iêmen devido à instabilidade política e econômica, além de eventos climáticos extremos como secas severas na Etiópia e Somália.
Entre os desafios da OIM estão a falta de barcos de patrulhas que estejam operacionais, agravada pelo conflito recente.
Membros da comunidade local, incluindo pescadores, auxiliam os esforços de recuperação e ajudam a sepultar os mortos em Ayn-Bamaabed. Enquanto continua a busca pelos desaparecidos, outros esforços em andamento “exploram mais opções de busca e resgate à medida que chegam mais corpos em vários locais da costa”.
A OIM lembra que pelo menos 62 migrantes perderam a vida recentemente em dois naufrágios que aconteceram na mesma rota ao longo da costa de Djibouti.