Nelson Teich é criticado por secretários estaduais por falta de respostas à Covid-19
Interlocutores do Ministério da Saúde afirmam que o ministro demonstra falta de familiaridade com temas da área
Foto: Reprodução / Agência Brasil
O ministro da Saúde, Nelson Teich, tem recebido críticas dos secretários estaduais de saúde pela falta de familiaridade com os temas ligados à Covid-19. Há 20 dias no cargo, interlocutores da pasta afirmam que o ministro tem dependência aos subordinados até para responder a questões simples.
Durante reunião na última terça-feira (5), os secretários estaduais de saúde pediram que a pasta remunere, via SUS, os leitos montados em hospitais de campanha.
De acordo com relatos, o ministro permanece com o discurso de que é preciso avaliar, conhecer dados, discutir internamente, sem oferecer respostas claras. Os gestores propuseram reuniões diárias. Segundo um deles, espera-se que essas conversas sejam com assessores, na expectativa de obter avanços concretos.
Teich, cedendo a uma pressão do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), concordou em fazer uma campanha com informações sobre distanciamento social, medidas de prevenção como lavagem das mãos e outras informações sobre a pandemia da Covid-19. Nesta quarta, afirmou que a campanha terá que ser regionalizada.
“Vai ter lugar em que você vai fortalecer a lavagem das mãos, o álcool em gel, a elegância da tosse. Em outro, você vai ter que explicar para as pessoas o que está acontecendo e por que elas têm que ficar fora”, afirmou o ministro.
“A gente tem coisas no site, orientações. Intensificar essa comunicação vai ser importante. A curva não está caindo, teremos que prestar atenção nisso e intensificar um pouco mais a nossa comunicação com a sociedade falando dos cuidados”, acrescentou.
O presidente do Conass, Alberto Beltrame, ressaltou durante a reunião com o ministro que o isolamento social é a estratégia mais adequada para reduzir a velocidade da transmissão do coronavírus no país e cobrou um “discurso único do SUS sobre o tema”, pedindo ao Ministério da Saúde que se junte a “estados e municípios no esforço para que a população fique em casa”.