Cultura

Netflix sobe preços e centraliza conteúdo

A cobrança adicional de quem compartilha a conta da Netflix foi apenas o começo

Por Da Redação
Ás

Netflix sobe preços e centraliza conteúdo

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A Netflix subiu os preços dos planos Básico e Premiun entre 12,5% e 33,3% nos EUA e na Europa. É possível que os brasileiros também precisem desembolsar mais para pagar pelo serviço em um futuro próximo, apesar de não existirem mais informações sobre o valores futuros na América do Sul. Enquanto isso, concorrentes no mesmo setor preveem o encarecimento das assinaturas ou já cortaram descontos, além de articularem uma consolidação de suas ofertas, com menos plataformas, custando mais caro. Esse é o começo de uma nova era do streaming: a da consolidação e do custo mais salgado, algo que vai lembrar bastante a antiga TV paga.

Por anos, esses serviços cobraram dos assinantes um valor menor do que deveriam. Ao mesmo tempo, investiram pesado em produções próprias, exclusivas. A Netflix puxou essa tendência, que foi seguida, em maior ou menor grau, por Disney+, HBO Max e outros concorrentes. Tivemos uma ampla e pulverizada oferta de conteúdo. A realidade mudou quando o mercado (e, principalmente, os investidores) percebeu que o teto do número de assinaturas era baixo, sem falar que os filmes e séries estavam saindo muito caros para o retorno que davam. Pronto: os grupos de mídia passaram a focar na rentabilidade. Resumindo: ter menos originais, mais publicidade e aumento de preço.

A televisão por assinatura tinha um trunfo, que certamente você, por anos, viu como uma desvantagem: os canais eram comercializados em blocos. Ou seja, quem assinava pelas notícias ou pelos desenhos animados era obrigado a ter a emissora de esportes ao vivo, mesmo sem ter interesse - e vice-versa. As plataformas online não seguem a mesma estrutura. Cada serviço, que seria o equivalente moderno a um canal, é assinado separadamente. O cancelamento também é facilitado, permitindo pular de um para o outro de acordo com os lançamentos.

Ao mesmo tempo, vimos uma pulverização na disponibilidade dos eventos esportivos, filmes e programas de TV. Só que essa época de "desagregação" está acabando. Agora, quem chutou mesmo o balde e levou para o streaming a fórmula da televisão por assinatura foi a Globo: o Globoplay simplesmente traz todos os canais do grupo em um único pacote, que tem um custo adicional e que precisa ser assinado em bloco. Não será surpresa se outros concorrentes seguirem o mesmo caminho. A realidade é que o futuro vai lembrar cada vez mais o passado: menos pacotes, com mais conteúdo e preço mais caro. Será a TV paga na era do streaming.

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