Neurologistas identificam derrame em pacientes infectados por coronavírus
Médicos alertam para a necessidade de mudanças nos protocolos

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Especialistas e médicos de hospitais nos Estados Unidos encontraram casos graves de derrame cerebral entre pacientes com menos de 50 anos infectados com coronavírus, mas assintomáticos. Neurologistas dos principais hospitais do Brasil já observam aumento de casos entre seus pacientes e alertam para a necessidade de mudança de protocolos nos hospitais brasileiros.
"Já existe essa tendência aqui. São pacientes mais jovens, com casos mais graves de derrame e com Covid, mas sem sintomas respiratórios", afirma a neurologista Sheila Martins, vice-presidente da Organização Mundial de Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC). Martins observou o número de pacientes com AVC e menos de 50 anos atendidos no Hospital de Clínicas de Porto Alegre passar de 10% do total de casos, entre 20 de fevereiro e 19 de março, para 18,6% entre 20 de março e 20 de abril.
"Nosso primeiro caso chegou com um AVC grave e, na investigação, vimos que tinha Covid pelo exame de angiografia, que pega uma parte do pulmão. Já vimos ali que tinham alterações sugestivas de Covid. E o exame realmente veio positivo", relata Martins.
Os neurologistas vem alertando para a necessidade de novos protocolos para os profissionais da área, que podem agora ter maior contato com pacientes que procuram a emergência com sintomas de AVC. A recomendação é que derrames passem a ser considerados um sintoma de contaminação pelo vírus e que, na ausência de testes PCR suficientes, todos pacientes com derrame também realizem tomografias do tórax, além dos exames previstos no protocolo para caso de AVC.