"Ninguém tem autoridade para falar em política fiscal comigo", diz Lula
Presidente afirmou em seu discurso que é possível ter responsabilidade fiscal sem fazer tudo o que o mercado quer
Foto: Agência Brasil
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, voltou a fazer críticas nesta sexta-feira (18) sobre a reação do mercado financeiro após a sua fala sobre o teto de gastos custear os benefícios sociais. Lula disse ainda que ninguém tem "autoridade para falar com ele sobre política fiscal"
Em coletiva, Lula foi questionado sobre a carta divulgada na última quinta-feira (17), pelos economistas Armínio Fraga, Edmar Bacha e Pedro Malan, sobre suas declarações recentes. Lula afirmou que ficou feliz com os conselhos.
“Eu ainda não li a carta, mas fiquei feliz quando companheiros me ligaram dizendo que tinha tido uma carta de pessoas importantes, inclusive ex-ministros me alertando dos problemas econômicos. Eu sou um cara muito humilde e gosto de conselho. Se o conselho for bom, pode ter certeza que eu sigo.”, disse.
O presidente também fez críticas sobre a melhora dos indicadores econômicos registradas em seu governo, e disse que fica "chateado" quando dúvidas são levantadas a respeito da sua política fiscal.
“De vez em quando, aparece um nervosismo na Bolsa que não há razão de ser. Quando eu ganhei as eleições, em 2003, o Brasil tinha uma inflação de 12% ao mês, o Brasil tinha um desemprego de 12% ao mês […]. Ao terminar o meu governo, a inflação estava em 4,5%, a dívida nossa tinha caído de 60,5% para 37,7% […]. Eu fico às vezes chateado quando vejo: ‘Qual é a política fiscal?’. Eu tenho dito que ninguém tem autoridade para falar de política fiscal comigo. Porque, durante todo o meu período de governo, eu fui o único líder do G20 que fez superávit primário.”, afirmou.