No Nordeste, os mais ricos ganham 14,4 vezes a mais do que 40% dos mais pobres
O maior grupo pagador de IR é o que ganha entre R$ 19,8 mil e R$ 26,4 mil
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
A população mais rica do Brasil incluiu cerca de 20 mil pessoas (0,01%) que acumula em média R$ 151 milhões de estoque de riqueza (total do patrimônio, descontadas as dívidas). Os super-ricos no país pagam metade do percentual de Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF), se comparado a algumas faixas da classe média.
Os dados são do Pacto Nacional pelo Combate às Desigualdades e apontam os seguintes números:
- 1% mais rico - R$ 4,6 milhões em estoque médio de riqueza;
- 0,1% mais rico- R$ 26,2 milhões;
- 0,01% mais rico - R$ 151,5 milhões.
Por outro lado, 7,6 milhões de brasileiros estão em situação de extrema pobreza e vivem em domicílio cuja renda é inferior a R$ 150 por mês, o que equivale a 2,8% da população, de acordo com dados do Censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo dados do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil, quem tem renda média superior a 320 salários mínimos (R$ 422 mil mensais) paga uma alíquota efetiva de 5,43% de IRPF. Contudo, é a classe média que acaba sendo o maior grupo pagador de imposto de renda, chegando a 11,25% dos que ganham entre R$ 19,8 mil e R$ 26,4 mil.
Conforme dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), no Brasil os 10% mais pobres pagam 26,4% da sua renda em tributos, enquanto os 10% mais ricos apenas 19,2%.
Por regiões brasileiras, o Nordeste é o mais desigual entre as regionais, onde os 10% mais ricos ganham 14,4 vezes a mais do que os 40% mais pobres. Na sequência aparecem: Norte - 13,6 vezes a mais; Sudeste - 13,1 vezes a mais; Centro-Oeste - 12,2 vezes a mais; e Sul - 10,1 vezes a mais.