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'Nossas casas não estão à venda', protestam moradores da Vila Mariana contra o assédio das construtoras

Após as mudanças no Plano Diretor Estratégico (PDE), os moradores começaram a relatar que as abordagens das construtoras aumentaram

Por Da Redação
Ás

'Nossas casas não estão à venda', protestam moradores da Vila Mariana contra o assédio das construtoras

Foto: Reprodução/ Rodrigo Rodrigues/g1

Os moradores de várias ruas da Vila Mariana, na Zona Sul de São Paulo, cansados do assédio de construtoras que desejam comprar as casas, colocaram placas na frente das residências para protestar com a frase "esta casa não está à venda". 

O Plano Diretor Estratégico (PDE) sofreu algumas mudanças em alguns quarteirões do bairro, no ano passado, depois disso, os moradores contaram que as abordagens aumentaram. Além disso, essa situação também tem gerado briga entre os vizinhos que querem vender as casas e os que não querem. 

Segundo o g1, alguns moradores contaram que já receberam mais de 40 ligações de corretores da Incorporadora Magik, que assinou um acordo de intenção de compra de algumas casas no entorno e espalhou placas na vizinhança dizendo que ali haverá em breve um novo empreendimento imobiliário. 

A incorporadora começou a procurar a vizinhança dizendo que tinha interesse em adquirir as casas de todo o quarteirão para expandir o projeto do suposto condomínio. O projeto ainda não tem nenhuma licença protocolada na Prefeitura de SP.  

“Eles ligam e mandam mensagens insistentemente, dizendo que já compraram todas as casas vizinhas e que a minha é a única que vai sobrar. E se a gente não vender, passaremos por transtornos durante os anos de construção, teremos riscos estruturais que podem até fazer a casa cair”, contou a engenheira Ana Amélia Feijó, que mora na rua Mantiqueira há 16 anos, ao g1.

Ana Amélia, junto com os vizinhos, descobriu que a empresa assina com os proprietários um compromisso de compra e venda com validade. Caso a vizinhança negocie os imóveis, o pagamento é feito, se não, o negócio é desfeito. 

Ela também contou que, quando o proprietário recusa negociar, a construtora chega a procurar os familiares, até mesmo fora do estado. 

“Eles conseguem nossos dados pessoais, dos nossos parentes, a forma como a gente comprou o imóvel, se financiou ou não, quanto pagou. A nossa privacidade está absolutamente exposta. E muita gente está com medo do que eles podem fazer ou de quem são”, disse Ana Amélia.

A Magik LZ disse ao g1 que “repudia e não compactua com atitudes desrespeitosas e agressivas”, mas que “faz parte do próprio negócio, transações que não são fechadas, finalizadas. E isso é entendido como algo natural: divergências são parte de uma democracia”. 

Já no caso de Flávio Carrança, de 72 anos, morador da Rua Octávio de Moraes há 30 anos, contou ao g1 que foi comunicado por um funcionário da construtora You,Inc sobre o suposto fim iminente da vizinhança. A empresa também informou que tinha comprado 17 das 34 casas do quarteirão e que iria demolir tudo imediatamente. 

A construtora também chegou a espalhar placas em dois imóveis anunciando o novo lançamento imobiliário, espalhando pânico na vizinhança. 

“É um assédio imoral. Quando a gente não quer ouvir a proposta e bloqueia as mensagens, eles ligam para os nossos filhos no interior. Ligaram para a minha filha em outra cidade pedindo que ela nos convencesse a vender o imóvel. Uma invasão de privacidade inaceitável”, contou Maria Luiza, esposa de Flávio.

Um vizinho de Flávio pediu a ele que não desse mais entrevistas sobre o assédio das empreiteiras para evitar "melar o negócio dele". 

A You,Inc explicou em nota, ao g1, que não tinha mais interesse no terreno em Vila Mariana e que "não tem relação, controle ou responsabilidade sobre a atuação desses profissionais, já que ele operam de forma independente" - se referindo às subsidiárias contratadas.   
 

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