Bahia

Nova espécie de perereca-de-bromélia é descoberta na Bahia

Anfíbios conseguem se alimentar de larvas do mosquito da dengue

Por Da Redação
Ás

Nova espécie de perereca-de-bromélia é descoberta na Bahia

Foto: Divulgação/ Fundação Boticário

Após 13 anos, o professor Miro Solé, do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Santa Cruz, na Bahia, descobriu mais uma nova espécie das chamadas pererequinhas-de-bromélia em árvores remanescentes da Mata Atlântica baiana. Cientificamente identificada como Phyllodytes magnus, está é a 14ª espécie diferente do anfíbio, que nasce, cresce, reproduz e morre em meio às bromélias, localizadas 20 metros acima do solo. 

Segundo pesquisas, pelo menos uma dessas espécies tem como uma de suas fontes de alimento larvas de mosquitos que transmitem doenças como dengue, zika ou chikungunya. "De fato as pererequinhas-de-bromélia desempenham função ecológica que beneficia o ser humano", disse o professor.

"Dentre elas [as 14 espécies já descobertas] têm uma que já foi estudada, e da qual sabemos que os girinos conseguem se alimentar de larvas de mosquitos. Ela atua como controlador biológico de larvas de mosquitos que transmitem dengue, zika ou chikungunya, que se desenvolvem nas axilas de bromélias."

As pererequinhas-de-bromélia são animais que se encontram unicamente no Brasil. Com exceção de uma espécie que chega até o Rio do Janeiro, todas as demais são essencialmente nordestinas.

Sobre o anfíbio

O estudo identificou um distanciamento genético superior a 6% em relação a outras pererequinhas-de-bromélia. Além do tamanho, a Phyllodytes magnus é notável por possuir tom amarelo pálido, um canto diferente, pele granulosa na região dorsal e pela ausência de uma listra escura na lateral do corpo, comum a outras espécies do grupo.

"Descrever espécies novas é o que chamamos de ciência básica. É só a partir da descrição científica que podemos investir em outros tipos de pesquisas mais aplicadas. As pererequinhas-de-bromélia se alimentam, sobretudo, de formigas. Formigas dispõem de um verdadeiro arsenal químico de defesa, como, por exemplo, o ácido fórmico. As pererecas podem ou eliminar essas substâncias ou bioacumular elas, a ponto de, inclusive, usá-las para sua própria defesa", informou Solé.

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