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Economia

Nova estratégia da Petrobras descola preços de combustíveis do mercado externo

Política de preços abaixo da paridade de importação testa seus efeitos em relação ao mercado internacional

Por Da Redação
Ás

Nova estratégia da Petrobras descola preços de combustíveis do mercado externo

Foto: Fernando Frazão/ Agência Brasil

Pouco mais de dois meses após a mudança na política de preços da Petrobras, os valores dos combustíveis no mercado externo se afastaram dos preços praticados pela estatal, testando a nova estratégia adotada. Até maio, a empresa adotava a política de paridade de importação (PPI), que equiparava os preços praticados nas refinarias brasileiras aos de importação. Porém, desde a mudança em maio, os preços da gasolina e do óleo diesel vendidos pela Petrobras estão pelo menos 10% abaixo do preço praticado pelos importadores, levantando questionamentos sobre os efeitos dessa nova abordagem.

A nova política da Petrobras, que passou a adotar preços abaixo do PPI, representa um teste para a empresa, buscando observar se conseguirá manter os combustíveis em torno de 5% abaixo da paridade de importação, como vinha fazendo. Atualmente, a gasolina está 24% abaixo do preço praticado pelos importadores, enquanto o óleo diesel apresenta uma diferença de 21%.

Especialistas apontam que o descolamento dos preços se deve à valorização dos combustíveis nos Estados Unidos, principal fonte de gasolina importada pelo Brasil. Com o aumento da demanda nos EUA, os preços da gasolina elevaram-se, impactando a diferença com os valores praticados pela Petrobras.

Essa diferença nos preços pode gerar impactos no mercado de importação, tornando a atividade menos atrativa. A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) já demonstra preocupação com o abastecimento nacional, alertando sobre o potencial risco de desabastecimento em um futuro próximo.

A Petrobras, no entanto, nega que haja esse risco e afirma que a demanda nacional está sendo atendida de forma adequada. A mudança na política de preços da estatal também impacta a inflação e a taxa de juros, podendo influenciar as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa básica de juros (Selic).

Esses desdobramentos colocam em evidência a relevância das políticas de preços adotadas pela Petrobras e os desafios de conciliar a busca por preços competitivos no mercado nacional com as oscilações e realidades do mercado internacional de combustíveis.

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