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Salvador

"Novo método de extermínio da população negra", diz vice-presidente do CDH sobre letalidade policial na Bahia

Declaração foi feita durante audiência pública que discute políticas de redução

Por Da Redação, Laiz Menezes
Ás

"Novo método de extermínio da população negra", diz vice-presidente do CDH sobre letalidade policial na Bahia

Foto: Farol da Bahia

A vice-presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos, Belle Damasceno afirmou que as abordagens truculentas por parte da polícia nas comunidades, fazem parte de um ''novo método de extermínio da população negra''. A declaração foi feita durante a audiência pública na tarde desta segunda-feira (02) proposta pelo próprio conselho para debater políticas de redução da letalidade policial na Bahia. 

''É um tipo de abordagem que não acontece na Pituba, nem no Horto, nem em algumas partes do Rio Vermelho. Eu atribuo isso a um novo método de extermínio da população negra, porque não é possível que só nas periferias existam pessoas comercializando drogas e fazendo o uso de substâncias ilegais'', disse.

Belle afirmou ainda que o foco do combate às drogas não está nas periferias. ''Se de fato o alvo fossem as substâncias, o foco não estaria nas periferias, porque não é lá que tem os laboratórios, não é lá que produzem as armas, então o foco central já que o combate é as drogas, de fato está no lugar errado'', afirmou.

Belle citou uma pesquisa de 2021 realizada pela Iniciativa Negra por uma Nova Política sobre Drogas e nomeada de ''Mesmo que me negue sou parte de você: racialidade, territorialidade e (r)existência em Salvador'', que apontou que num comparativo entre a Pituba, bairro nobre de Salvador, e o Nordeste de Amaralina, bairro periférico, a Pituba apresenta um número de apreensão de drogas muito maior, porém sem letalidade, enquanto o Nordeste possui uma quantidade de apreensão muito menor e com mais pessoas mortas.

''As vítimas que morrem geralmente não apresentam nenhum tipo de perigo, são crianças e idosos. Atribuo isso também ao despreparo de lidar com pessoas periféricas, pessoas negras, e de lidar com algo que as políticas públicas tentam combater mas não estão conseguindo, que é a guerra contra as drogas, que na verdade não é uma guerra contra um saco de maconha, é uma guerra contra corpos. Ninguém atira nas substâncias, atiram contra corpos'', pontuou.

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