Novo ministro da Previdência também ouviu sobre suspeitas de fraude no INSS em 2023
Wolney Queiroz participou da reunião em que Lupi foi alertado sobre as denúncias

Foto: Vinicius Loures/ Agência Câmara
O novo ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, indicado por Lula após o anúncio de saída de Carlos Lupi, assim como o seu antecessor, tinha conhecimento sobre as suspeitas de fraude no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Isso porque Queiroz participou de reunião em que Lupi foi informado sobre o suposto esquema, segundo consta a ata da 296ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), ocorrida em 12 de junho de 2023.
De acordo com a ata de 2023, a representante do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), Tonia Galleti, relatou que havia solicitado a inclusão da discussão sobre os Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) das entidades que têm desconto de mensalidade junto ao INSS na reunião e que o pedido foi negado, pois a pauta já estava fechada.
De acordo com a ata, ela reforçou a sua solicitação, tendo em vista as inúmeras denúncias feitas e defendeu que fossem apresentadas a quantidade de entidades que tem acordos com o INSS, a curva de crescimento dos associados nos últimos 12 meses e uma proposta de regulamentação que trouxesse maior segurança aos trabalhadores, ao INSS e aos 17 órgãos de controle.
Segundo o documento, Lupi registrou que a solicitação era relevante, mas, como seria necessário fazer um levantamento dos dados, pediu que o tema fosse pautado para a próxima reunião. O ministro disse ainda que, para proteger o sistema, estava sendo iniciada a “utilização de token”.
Embora não haja conclusões sobre a participação ou não de Carlos Lupi no esquema criminoso, os questionamentos em torno da competência do agora ex-ministro pressionaram a sua saída. Wolney Queiroz atualmente é secretário-executivo da Previdência Social, e era o número 2 de Carlos Lupi.