“Novo normal é retornar as crianças às salas de aula”, diz Unicef
O órgão relatou que a atual situação, provocada pela pandemia, deve levar a um grande êxodo escolar
Foto: UNICEF/Pablo Schverdfinger
A Organização das Nações Unidas informou nesta quarta-feira (30) que o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) alertou que a educação de meninas e meninos em todo o mundo corre o risco de se tornar o “grande divisor”, quando a pandemia da Covid-19 entra pelo terceiro ano. De acordo com a instituição, a situação deve levar a um grande êxodo escolar, quando as crianças abandonam o colégio.
Catherine Russell, diretora executiva do Unicef, destacou que mesmo antes da crise de saúde as crianças mais marginalizadas estavam ficando para trás.
A diretora afirmou que além da necessidade de volta às aulas, é preciso avaliar onde as crianças “estão em seu aprendizado, fornecer-lhes o apoio intensivo de que precisam para recuperar o que perderam e garantir que os professores tenham os recursos de treinamento e aprendizado de que precisam."
Segundo a agência, 147 milhões de crianças perderam mais da metade das aulas presenciais nos últimos dois anos. O total de horas equivale a 2 trilhões. Outro problema é a falta de interação entre crianças, professores e colegas. Os danos ao aprendizado podem ser permanentes.
Russel apontou ainda que “a crescente desigualdade no acesso à aprendizagem significa que a educação corre o risco de se tornar o maior divisor, não o maior equalizador. Quando o mundo deixa de educar seus filhos, todos nós sofremos”.
De acordo com dados da ONU, muitas crianças não retornaram à escola apesar da reabertura. Isso ocorreu em países como Libéria, África do Sul, Uganda, Maláui e Quênia. Além disso, Cerca de 43% das escolas públicas liberianas permanecem fechadas desde dezembro de 2020. Na África do Sul, menores fora da escola triplicaram em 16 meses.
Para o Unicef, as crianças nessa situação estão entre as mais vulneráveis e marginalizadas da sociedade. Elas têm menores chances de ler, escrever ou fazer contas básicas. O órgão relatou que antes da pandemia, 32 países apresentavam baixo nível de aprendizagem que pode ter piorado pela perda da rotina na crise.