Novo presidente da Fiocruz diz que SUS não pode ficar à mercê da indústria internacional
Para Mario Moreira, autonomia é importante para assegurar acesso à saúde
Foto: Divulgação/Fiocruz
O novo presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Mario Moreira, disse nesta terça-feira (23), em entrevista ao site UOL, que um de seus objetivos à frente da instituição é impedir que o Sistema Único de Saúde (SUS) dependa da produção das grandes empresas farmacêuticas do mundo.
Segundo Moreira, isso vai garantir o acesso à saúde para a população. “Se depender da indústria internacional, não vamos garantir acesso", alertou. Como exemplo da ameaça que o Brasil enfrenta ao ficar dependente da tecnologia internacional, Moreira cita os custos de US$ 400 mil por paciente para remédios certos e uma recente aprovação de um tratamento contra a hemofilia, nos Estados Unidos, que exige US $ 3 milhões por paciente.
O presidente da Fiocruz afirmou ainda que pretende trabalhar para a retomada de investimentos e a internacionalização da instituição. Moreira enfatizou que a Fiocruz "tem feito esforço para o desenvolvimento do complexo industrial da Saúde".
"Houve uma descontinuidade nos últimos anos. Mas agora retoma com força. Temos um parque industrial de médio porte, em comparação às grandes empresas. Mas em processo de crescimento, capacidade de produção de vacinas. Isso é um marco", disse.