Novo teste rápido detecta coronavírus na saliva e também indica a carga viral
Tecnologia tem a mesma precisão do teste RT-PCR, considerado 'padrão ouro' para a detecção da Covid-19
Foto: Polina Tankilevitch/Pexels
Os pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) desenvolveram um novo teste para detecção do SARS-CoV-2 (Covid-19) na saliva. O dispositivo reúne uma precisão equivalente à do teste de RT-PCR, tem baixo custo e capacidade de analisar várias amostras ao mesmo tempo. E indica a carga viral da pessoa infectada.
A tecnologia usada no novo teste detecta o vírus envolve através de um marcador com propriedade eletroquimioluminescente (que emite luz a partir de reações eletroquímicas). Dessa forma, na presença do material genético do patógeno, ocorre uma reação que emite luz vermelha, indicando o resultado positivo para a COVID-19. A intensidade da luz vermelha é proporcional à carga viral presente na amostra. Caso o aparelho não acenda, é sinal de que o vírus não foi detectado e, portanto, a pessoa não está infectada.
Outra inovação está no fato de o dispositivo poder ser acoplado a um smartphone, permitindo que o processo de amostragem e testagem seja concluído sem a necessidade de profissional especializado.
“O teste tem as vantagens de ser portátil, conseguir analisar 20 amostras ao mesmo tempo e poder se conectar a um smartphone. Tudo com a mesma sensibilidade e precisão dos testes de RT-PCR”, diz à Agência FAPESP Ronaldo Censi Faria, pesquisador do Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia da UFSCar e coordenador do projeto.
O projeto teve apoio da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
O novo teste foi patenteado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), com titularidade de Faria, Leite, Tássia Regina de Oliveira (pós-doutoranda no LaBiE) e colaboradores: Henrique Pott Junior (UFSCar), Ester Sabino (Universidade de São Paulo), Fabio Eudes Leal e Erika Regina Manuli (Universidade Municipal de São Caetano do Sul) e Matias Eliseo Melendez (empresa Cloning Solutions).
A chegada do teste ao mercado depende, agora, de interesse de empresas pelo licenciamento da patente e produção do dispositivo em larga escala.