Número de armas registradas pela PF aumentou 8 vezes em dois anos
Instituto aponta que em 2020, número de novos registros apresentou um salto de 90% em comparação com o ano anterior
Foto: Reprodução/Diário de Canoas
Desde 2019, 378 armas, em média, são registradas no Brasil todos os dias para o uso de civis no Sistema Nacional de Armas (Sinarm), da Polícia Federal (PF). O número é oito vezes mais do que foi registrado, em média, em 2018, quando cerca de 46 armas foram registradas a cada dia. Os dados foram obtidos em um levantamento feito pelo Instituto Igarapé ao qual o G1 teve acesso.
Para Melina Risso, diretora de programas do Igarapé, a situação representa um "retrocesso". “O salto nas armas registradas não tem precedente. Os efeitos negativos dessa política de insegurança serão sentidos por muito tempo.", afirma. O número de novos registros de armas de fogo no Brasil aumentou 90% em 2020 em comparação com o ano anterior (sendo o maior da série histórica do sistema da PF).
Esses números registram apenas as armas de fogo que vão ficar nas mãos de civis. O Sinarm só inclui armas registradas em nomes de civis, entre eles cidadãos comuns e policiais federais e civis. As armas utilizadas pelas forças militares de segurança (Exército, Marinha, Aeronáutica, Policiais Militares e Bombeiros) são de responsabilidade do Exército, que também concede direito de usar armas para colecionadores, atiradores e caçadores.
Desde janeiro do ano passado, o governo federal editou atos normativos para facilitar o acesso às armas de fogo. O governo aumentou de dois para quatro o limite de armas que cada pessoa pode ter e permitiu também o aumento da quantidade máxima de munição que pode ser comprada.