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Bahia

Número de casos de dengue na Bahia alerta para situação epidêmica

Na contramão, capital baiana registra queda de arboviroses

Por Ane Catarine Lima
Ás

Número de casos de dengue na Bahia alerta para situação epidêmica

Foto: Divulgação/Sesab

A chuva e o calor são fatores que propiciam a proliferação do Aedes aegypti, mosquito causador da dengue, zika e chikungunya. Nos últimos meses, as autoridades de vigilância epidemiológica registraram um aumento significativo dos casos de dengue no Brasil. De janeiro a abril, o número já superou o do ano passado. A propagação da doença preocupa os especialistas. Na Bahia, por exemplo, a Secretaria Estadual da Saúde (Sesab) tem alertado para situação epidêmica. 

De janeiro a maio deste ano, a pasta registrou 19.546 casos prováveis de dengue no estado, o que corresponde a um aumento de 17,3%  em relação ao mesmo período do ano anterior. A epidemiologista chefe da Coordenação de Doenças por Transmissão Vetorial da Sesab, Sandra Oliveira, explicou ao Farol da Bahia que a rápida incidência da doença em algumas regiões já se configura como estado de alerta ou epidemia da dengue, a exemplo das regiões Sudoeste, Sul e Centro- Norte. 

A Bahia tem 417 municípios. Desses, 288 já notificaram casos que configuram situação de alerta. A Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Bahia (Divep/Sesab) já confirmou 4 mortes por arboviroses no estado neste ano. Em entrevista, a especialista afirmou que a rápida disseminação do Aedes aegypti no Brasil é causada por diversos fatores.

“A velocidade de propagação e magnitude dessas doenças [dengue, zika e chikungunya] são influenciadas por um conjunto de fatores, tais como: a circulação do vírus, a presença do vetor transmissor da doença e os aspectos ligados à população. Leva-se em consideração as condições sanitárias, urbanas e socioeconômicas nos territórios atingidos”, explicou Oliveira.

“Altas temperaturas e chuvas frequentes também favorecem a proliferação do mosquito Aedes aegypti. Considerando que, no período chuvoso, há ampliação do número de reservatórios onde a fêmea do mosquito deposita seus ovos nas paredes de reservatórios com água limpa e parada. Com isso, é importante manter a observação e o cuidado contínuo nos pontos de acúmulo de água a fim de impedir o ciclo vital do mosquito”, completou.

Sandra Oliveira reforçou, ainda, que a dengue é uma das doenças transmitidas pela picada da fêmea do mosquito Aedes Aegypti infectado. Segundo ela, o primeiro sintoma da doença é a febre, que geralmente dura de 2 a 7 dias, podendo ser acompanhada de náuseas, vômitos, manchas vermelhas no corpo, dor de cabeça, dores em todo o corpo, dor atrás dos olhos, erupção e coceira no corpo.

Para evitar a proliferação do mosquito da dengue, a epidemiologista afirmou que é  necessário que todos estejam atentos aos pontos e recipientes que acumulam água nas residências e entorno, inclusive terrenos baldios. 

Veja abaixo dicas para evitar o Aedes aegypti

-Manter bem tampados: cisternas, caixas d’água, poços, tonéis e barris de água; 
-Evite acúmulo de água da chuva sobre lajes e calhas entupidas; 
-Coloque o lixo em sacos plásticos e mantenha a lixeira sempre bem fechada; 
-Não jogue lixo em terrenos baldios; 
-Se for guardar garrafas de vidro ou plástico, mantenha-as sempre com a boca para baixo; 
Encha os pratinhos ou vasos de planta com areia até a borda; 
-Se for guardar pneus velhos em casa, retire toda a água e mantenha-os em locais cobertos e protegidos da chuva; 
-Limpe as calhas com frequência; 
-Lave os recipientes que acumulam água, pelo menos uma vez por semana com água e sabão (vasos de plantas aquáticas, baldes e outros recipientes); 
-Piscinas e fontes decorativas devem ser sempre limpas e cloradas; 
-Sempre que possível evite o cultivo de plantas como bromélias ou outras que acumulem água em suas partes externas.

Foto: Divulgação/Secom

Casos de chikungunya e zika

De janeiro a maio deste ano, a Sesab notificou 11.247 casos prováveis de chikungunya no estado, o que corresponde a um incremento de 26,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Sandra Olivério afirmou, no entanto, que o número não expressa a realidade de todas as regiões. O Sudoeste, Sul e Centro- Leste da Bahia, segundo ela, se encontram em alerta ou epidemia para chikungunya. Cerca de 212 municípios já notificaram casos para esse agravo, sendo que 61 desses municípios apresentaram incidência. Nesse caso, menor ou igual a 100 casos por 100.000 habitantes.  

Em relação ao zika, neste mesmo período, foram registrados 707 casos prováveis no estado, o que representa aumento de 49,5% em relação ao ano passado. No momento, as regiões Sudoeste e Centro- Leste encontram-se em alerta para zika. No total, 80 municípios já notificaram casos para esse agravo, sendo que 6 municípios apresentaram incidência menor ou igual a 100 casos por 100 mil habitantes.

Salvador
 
Na contramão do cenário estadual, a capital baiana registrou de 3 de janeiro a 23 de abril deste ano uma queda de 54% no número de arboviroses em relação ao mesmo período do ano passado. Em 2021, foram 517 casos: 299 de dengue, 179 de chikungunya e 39 de zika. 

Já em 2022, foram registrados 234 casos: 163 de dengue, 59 de chikungunya e 12 de zika. Em relação às mortes por essas doenças, foram registradas quatro por dengue e uma por zika no ano passado. Neste ano, apenas uma morte foi confirmada por dengue.
 

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