Número de idosos e indígenas com SRAG cai no Brasil após vacinação da Covid-19
Neste sábado (17), campanha de vacinação no país completa três meses
Foto: Reprodução/Olhar Digital
O efeito de proteção que a vacina de Covid-19 conferiu a pessoas com 80 anos ou mais já se faz sentir nas estatísticas, indicam dados de notificação de pacientes atendidos com síndrome respiratória aguda grave (SRAG) no Brasil. Neste sábado (17), a vacinação no país completa três meses. Enquanto essa parcela de idosos representava, em média, 18,7% de todos com esse diagnóstico durante a pandemia em 2020.
Agora em 2021, o número caiu para 8,7% na semana que se encerrou em 10 de abril, de acordo com os dados do sistema Sivep-Gripe. A redução também foi aparente entre pacientes de SRAG com mais de 80 que tiveram confirmação de diagnóstico para o coronavírus (queda de 18,0% para 8,3%).
De acordo com o Ministério da Saúde, apenas 2 milhões de idosos nessa faixa, dentro de uma população estimada de 4,2 milhões, já receberam a segunda dose de vacina, mas o efeito nas estatísticas, em tese, já poderia ser parcialmente visível.
"É claro que o tempo vai trazer mais solidez para tirarmos essa conclusão, mas esse dado não me causa estranheza. Aquilo que estamos vendo é aquilo que esperávamos ver", diz Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
Um outro indício que comprova a redução de mortalidade e que aparece nos dados do Sivep, são os dados referentes a população indígena. Ao longo de 2020, os indígenas representaram cerca de 0,4% dos casos de SRAG. Essa média, no final do ano, tinha caído para 0,2%. Agora, no início de abril, ficou em 0,1%.
Um estudo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) em parceria com a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) mostra que serviços de vigilância comunitária registraram mais que o dobro de mortes por Covid-19 que o Ministério da Saúde (670 contra 330) de fevereiro a outubro de 2020.