Número de jovens que não estudam, não trabalham e nem procuram emprego aumenta
De acordo com levantamento do Ministério do Trabalho, Brasil tem 5,4 milhões de jovens entre 14 e 24 anos nesta situação
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O número de jovens que não estudam, não trabalham e nem estão à procura de emprego aumentou no último ano, mostra um estudo realizado pelo Ministério do Trabalho divulgado na manhã desta terça-feira (28).
O Brasil tinha 4 milhões de jovens entre 14 e 24 anos nesta situação no 1º trimestre de 2023, segundo a pesquisa, e esse número subiu para 5,4 milhões no mesmo período deste ano.
Deste grupo, aproximadamente 60% são mulheres, a maioria com filhos pequenos, e 68% são negros, conforme o estudo.
Contando com os desocupados (3,2 milhões), que são aqueles que não estudam, nem trabalham, mas estão a procura de emprego, os chamados jovens "nem-nem" são 8,6 milhões no Brasil atualmente.
Os dados foram divulgados pela subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho, Paula Montagner, no evento "Empregabilidade Jovem" do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), em São Paulo (SP).
Na opinião dela, os números ainda são reflexo da pandemia de Covid-19 e podem ser explicados, em parte, pelo trabalho de cuidado que as mulheres exercem na sociedade.
“Muitas mulheres ficaram um tempo fora do mercado na pandemia e encontraram outras alternativas. Muitas até anteciparam a gravidez. Elas cuidam de parentes, têm atividades que são socialmente valorizadas, mas não estão no mundo do trabalho”, afirma.
Os jovens entre 14 e 24 anos representam 17% da população brasileira (34 milhões de pessoas), e a maioria deles (39%) vive na região Sudeste, sendo metade no estado de São Paulo.
Com informações da PNAD Contínua, do IBGE, o estudo mostra que a taxa de participação do grupo no mercado de trabalho ainda não retornou ao patamar de 2019, que era de 52,7% no 1º trimestre. No mesmo período deste ano, a porcentagem é de 50,5%.
A taxa representa os jovens ocupados e desocupados, que estão à procura de emprego. Quem não entra nas estatísticas são aqueles que estão fora do mercado, por realizarem outras atividades, como trabalhos de cuidado ou só estudarem.