Número de mortes de gestantes e puérperas cresce 40% no primeiro ano da pandemia, aponta estudo
Segundo a Fiocruz, o país contabilizou 549 óbitos maternos por Covid-19 naquele ano
Foto: TV Brasil
De acordo com um estudo conduzido por pesquisadores do Observatório Covid-19 Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), o Brasil registrou um excesso de 40% das mortes maternas (gestantes e puérperas) em 2020, primeiro ano da pandemia de Covid-19, na comparação com o período entre 2015 e 2019.
Naquele ano, o país contabilizou 549 óbitos maternos por Covid-19, principalmente no primeiro trimestre. Levantamento foi publicado no último dia 12 na revista científica BMC Pregnancy and Childbirth.
Comparadas aos pacientes em geral, as gestantes e puérperas com Covid-19 tiveram 337% mais probabilidade de serem hospitalizadas, sendo 73% maiores em UTI. Além disso, o risco de serem intubadas foi 64% mais elevado. O artigo mostra que, além da própria infecção pelo coronavírus, causas indiretas podem ter contribuído para esse resultado.
O estudo também aponta diferenças sociodemográficas. Mulheres negras, que residiam em zona rural ou estavam internadas fora do município de residência, tiveram risco maior de óbito, que variou entre 28% e 61%.