Política

Número de pedidos de desfiliação do PSL quadruplica após saída de Bolsonaro

Desde que Bolsonaro afirmou que o presidente do partido, Luciano Bivar, estava "queimado para caramba", os pedidos passaram a crescer

Por Da Redação
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Número de pedidos de desfiliação do PSL quadruplica após saída de Bolsonaro

Foto: Agência Brasil

Quadruplicou o número de pedidos de desfiliação do PSL, desde que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou no mês de outubro, que o presidente do partido, o deputado Luciano Bivar (PE), estava "queimado para caramba". O levantamento foi realizado pelo Globo, de acordo com os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), comparando os três meses anteriores.

1.256 pessoas pediram o cancelamento da filiação desde o mês de outubro. O número é quatro vezes maior do que os 90 dias anteriores, quando houve 363 pedidos. No entanto, se comparado aos 348 mil filiados do partido atualmente, o número é pequeno.

Mesmo com as desfiliações, o número de integrantes do partido ainda é maior, se comparado a 2017, ano em que Jair Bolsonaro se filiou. Naquele ano, o PSL tinha 246 mil afiliados, quase 100 a menos do que o número atual.

Desde que o presidente Jair Bolsonaro deixou a legenda, por conflitos internos nos PSL, o Aliança pelo Brasil iniciou uma campanha que encorajava a desfiliação de outros partidos, já que apenas pessoas sem vinculação partidária podem assinar a criação de uma legenda.

O senador Major Olímpio (PSL-SP), líder do partido na casa, se diz surpreso com os números. Ele afirmou que esperava uma quantidade maior de desfiliações. O parlamentar é mais ligado ao presidente do partido, Luciano Bivar.

— Me surpreende porque eu imaginei até que fosse um número superior. É um número absolutamente insignificante. Até porque como você tem parlamentares que são do PSL, mas estão fazendo a mobilização pelo Aliança, a direção do Aliança fazendo uma campanha nacional pelas redes, orientando como é que se desfilia — afirmou.

O cancelamento da desfiliação só acontece quando o cartório retira o nome do eleitor da lista oficial de integrantes do partido. O ato pode ser feito de duas formas. Na primeira, o interessado procura o partido, solicita a desfiliação e encaminha a comunicação ao juiz eleitoral. No caso de inexistência de órgão partidário municipal, o filiado pode comunicar apenas ao juiz eleitoral.

Apesar do crescimento de desfiliação, a quantidade é pequena se comparada ao número necessário de assinaturas para a criação de um partido. Para isso, são necessárias 492 mil apoios. Até o momento, 118 mil pessoas imprimiram fichas de apoio ao partido, mas ainda não se sabe ao certo quantos foram registrados em cartório.

Para o senador Major Olímpio, dificilmente o Aliança pelo Brasil vai conseguir as assinaturas necessárias até 6 de abril, prazo máximo.

— Tenho absoluta certeza que não vai se consolida isso. Não estou torcendo contrariamente não, mas vai ser mais um partido político, o que me entristece são as formas pouco éticas de alguns integrantes desse Aliança de fazer uma campanha por desfiliação. Se o resultado foi de apenas 1,2 mil desfiliações, significa que não empolgou de jeito nenhum os quadros do partido. Se não empolgou dentro do PSL, estará empolgando muito menos a população — disse.

A maioria dos desfiliados do PSL são do estado de São Paulo (259), Santa Catarina (160) e Rio Grande do Sul (146).

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