Número de pessoas abaixo da linha de pobreza na Bahia foi a menor em nove anos em 2020
A Bahia teve a segunda maior redução absoluta
Foto: Reprodução / Agência Brasil
Em 2020, o número e a proporção de pessoas abaixo da linha de pobreza monetária na Bahia foram os menores em 9 anos, desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), em 2012. No ano passado, 37,5% da população baiana, ou 5,593 milhões de pessoas, podiam ser consideradas pobres, levando em conta apenas o critério da renda. Isso significa que viviam com um rendimento domiciliar per capita médio inferior a R$ 443 por mês.
O Brasil não tem uma linha oficial de pobreza monetária. O valor de R$ 443, para a Bahia, equivale ao critério definido pelo Banco Mundial para países de renda média alta, entre eles o Brasil, e adotado nacionalmente para acompanhamento das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Essa linha é de US$ 5,50 por dia em paridade de poder de compra (PPC).
Frente a 2019, quando havia 6,242 milhões de pessoas abaixo da linha de pobreza monetária na Bahia, o número de pobres no estado caiu 10,4%, o que significou menos 649 mil pessoas, em um ano.
O número e a proporção de pobres na Bahia vinha mostrando suave tendência de queda desde 2018, mas o recuo entre 2019 e 2020 (-10,4%) foi o mais intenso dos últimos nove anos.
Nacionalmente, o número de pessoas abaixo da linha de pobreza diminuiu 6,0% entre 2019 e 2020 (-3,262 milhões), chegando a 50,953 milhões no ano passado. Houve quedas em 17 das 27 unidades da Federação, sendo que a Bahia teve a segunda maior redução absoluta (-649 mil pobres), só abaixo da verificada no Pará (-721 mil).
A redução recorde da pobreza monetária na Bahia, num ano de perda de trabalho e renda, causada em grande parte pela pandemia de COVID-19, foi resultado direto do efeito positivo dos diversos programas sociais governamentais, incluindo Bolsa Família, BPC – Benefício de Prestação Continuada, Auxílio Emergencial e Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, entre outros de âmbito local.
No Brasil, como um todo, mas com mais força nos estados das regiões Norte e Nordeste, esses benefícios elevaram o rendimento médio domiciliar per capita, sobretudo nas faixas mais baixas, justamente mais afetadas pela pobreza monetária.