Turismo

O belo e intocado Jalapão

O cerrado em estado bruto

Por Carlos Morais
Ás

O belo e intocado Jalapão

Foto: Parque Estadual das Dunas no Jalapão / Foto: Flavio Andre MTur

Para quem curte o ecoturismo, um dos destinos obrigatórios sem dúvida alguma é o Parque Estadual do Jalapão, localizado no meio do cerrado tocantinense, no município de Mateiros, a aproximadamente 300 Km de Palmas, capital do Estado. É lá onde o turista encontra a natureza em estado bruto, intenso e especialmente incrível, com imensas dunas douradas, fervedouros, cachoeiras e trilhas inesquecíveis, carregadas de sons, perfumes e paisagens de inebriante beleza e inigualável tranquilidade. 

Afastado dos grandes centros, o Jalapão é uma das regiões mais bem preservadas do país, cujo acesso limitado faz com que ainda seja uma região muito pouco explorada. Fazer uma caminhada no ambiente do cerrado, com um refrescante mergulho numa cachoeira sob o sol quente da tarde, torna tudo muito especial e diferente, possibilitando uma experiência sem igual e de alguma forma inesquecível.

A única forma de chegar ao Jalapão é a via terrestre, pois não existem aeroportos próximos, a não ser o de Palmas. Assim, partindo de Salvador, existem voos diários que partem para a capital do Tocantins, com uma ou duas escalas, com duração de no mínimo 4 horas. Palmas, a mais nova capital do país está localizada entre as Serras do Carmo e do Lajeado e um imenso lago de mais de 600 km², formado pelo represamento das águas do Rio Tocantins por uma usina hidrelétrica e que fornece, além da energia, as condições para praias que arrefecem o intenso calor que faz praticamente o ano inteiro na cidade.
 
A ida ao Jalapão implica em estar em um veículo 4X4, para não ficar pelo caminho, uma vez que grande parte das estradas que existem no parque é de terra ou areia fofa, o que pode fazer com que carros com menos recursos de tração fiquem atolados. Uma boa solução é contratar guias ou agências especializadas e que oferecem serviços de transporte e outras facilidades, reduzindo tempo perdido e possibilidades de fracasso na empreitada, já que o Jalapão é uma região de difícil acesso, com grandes vazios populacionais e mal sinalizados, além da cobertura de celular na área ser bastante precária.

Essas agências já iniciam o seu serviço em Palmas, onde o número de viajantes pode ir de duas a trinta pessoas, dependendo do pacote e agência contratada. Quanto menor o grupo, melhor. Isso porque algumas atrações têm limite de visitantes por vez, como, por exemplo, os famosos “fervedouros’, piscinas de água natural sobre potentes nascentes, cuja pressão do lençol freático é tão grande que é impossível afundar. 

Os roteiros no Jalapão podem variar de dois a sete dias, com pacotes onde estão incluídas a primeira e última noite em Palmas e outros em que o passeio começa a partir da saída da capital. O ideal é dar uma pesquisada no roteiro desejado para saber quantos dias de se quer ficar no Jalapão. Quanto mais tempo o viajante ficar na região, mais atrações terá a oportunidade de conhecer. Um pacote de cinco dias inteiros no Jalapão é o ideal para conhecer boa parte dos principais pontos do parque, mas quem quiser roteiros menores, de dois dias, por exemplo, conseguirá ver o básico e as atrações mais importantes, como as Dunas do Jalapão, a Prainha do Rio Novo, as Cachoeiras do Formiga e da Velha e pelo menos um fervedouro.

Em relação onde ficar, é importante saber que as hospedagens oferecidas pelas agências são em pousadas simples, localizadas nas cidades base do Jalapão. As mais importantes estão nos municípios de Ponte Alta, Mateiros e São Félix. Não há luxo nem especialidades, sendo tudo bem simples e rústico, mas após um dia inteiro de atividade, caminhadas, mergulhos e tudo mais, o mais simples dos quartos vai parecer à suíte master no Waldorf Astoria em New York.
 
As refeições (café da manhã, almoço e jantar) geralmente estão incluídas nos pacotes das agências e são servidas em simpáticos restaurantes caseiros próximos aos pontos turísticos ou em restaurantes e pousadas nas cidades bases próximas ao Jalapão. A comida é sempre bem simples, básica, sem luxo ou muita variedade de pratos, mas saborosa e em porções generosas, onde o arroz, feijão, farofa, macarrão, carnes, legumes e verduras estão sempre presentes. O único detalhe é que esses restaurantes não costumam funcionar o dia todo, nem ficar até muito tarde. A solução é sempre perguntar aos habitantes locais ou aos funcionários das pousadas. É bom lembrar que, dependendo da agência, o visitante poderá contar com serviço de bordo, com lanches, sucos e água durante os trajetos.

Não deixe de incluir no passeio uma ida ao cânion do Sussuapara, onde paredões de pedra com doze metros de altura formam uma cortina com a vegetação e água que brota durante todo o ano, independente da seca. Outro passeio obrigatório é assistir o pôr-do-sol na Pedra Furada, de onde é possível ver a imensidão da região e acompanhar o sol se pondo até o último segundo. Uma verdadeira joia da natureza.

O Jalapão é uma experiência inesquecível pela beleza e tranquilidade de uma das regiões mais preservadas do Brasil, que ainda surpreende pela diversidade de cores, sons e perfumes de uma natureza exuberante e única, em sua variedade e simplicidade, mas que nunca deixa de cativar até o mais duro dos corações. Vale a pena ir e conhecer! 

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