O Dois de Julho e os candidatos

A comemoração do Dois de Julho na Bahia foi mais do que um termômetro de como anda o pensamento dos eleitores no Estado: foi uma constatação de que as pesquisas eleitorais tem duas possibilidades para justificar os resultados divulgados até uma semana atrás: ou estão loucas ou estão viciadas. O termo "viciada" está sendo usado ai para não colocar minhoca na cabeça da galera militante - que já milita demais - e faz desta eleição talvez a mais polarizada da história, mas diante dos "fatos", a palavra a ser usada para susbstituir "viciada", devia ser outra mesmo...

Mas voltando aqui à Bahia, a leitura deste colunista - que acompanhou TUDO e até ver o desfile no Campo Grande foi - é de que a maré de Lula - lá longe de mim- decididamente, não está para peixe e que a Bahia - antes quase totalmente vermelha - resolveu misturar outras cores na paleta política de 2022. Diante destes "novos tons", muito provavelmente o que aconteceu no Dois de Julho deve refletir no que vai acontecer no resto do país.

Vamos aos fatos:

Bolsonaro: o presidente chegou chegando e - surpreendentemente - arrastou uma multidão em Feira de Santana, antes mesmo de chegar para a motociata em Salvador. No Farol da Barra - longe das comemorações do Dois de Julho, onde realmente só estava quem foi para prestigiar o evento dele - fez um discurso sintético e claro, com colocações que agradaram o público que lá estava e - pelos resultados nas redes sociais - agradou uma galera "de fora " também. Muito prestigiado, teve sorte de ter um Bolsonarista "raiz" na organização do evento - Cézar Leite - e, com isso, conseguiu arrastar uma multidão até o Parque dos Ventos - também longe do desfile do Dois de Julho - e lá, levantar um coro de "Fora Rui" onde o governador da Bahia e representante de Lula - lá longe de mim - no Estado, foi o alvo das críticas dos baianos que ali estavam.

Bolsonaro saiu da Bahia muito maior do que em qualquer outro momento esteve, e acendeu uma luz - muito mais vermelha do que as camisas da esquerda - nas cabeças pensantes do PT.

Lula: Lula foi levado a "fazer uma caminhada" no aperto da Ladeira da Soledade, exatamente no "caminho" que -TODOS os anos no 2 de Julho - já fica lotado naturalmente. Foi cercado pelos companheiros do partido - Rui, Alckim, Jerôôôoooonimo - e não pareceu conseguir se expressar com convicção de que estava a vontade diante da recepção meio misturada com "Ciros, Simones" e as pessoas que nada tinham a ver com política e estavam ali - única e exclusivamente - para prestigiar o Dia da Independência Bahiana, como fazem TODOS os anos. Para piorar e "disfarçar " que o público no local não era todo petista, algum "inteligente " #sqn teve a "brilhante" ideia de editar uma foto, enchendo a mesma de "gêmeos" e postou no perfil do ex-presidente, o que - descoberta a mutreta em questão de minutos - acabou gerando ainda mais descrédito sobre o "sucesso" da "caminhada" Lulista. Para piorar ainda mais o que já estava péssimo, o evento na Fonte Nova estava com bem menos da metade do público que ocuparia o lugar e mostrou que a militância petista na Bahia ou diminiui ou não está satisfeita com o rumo dado ao Estado pelo partido.

Ciro: Ciro Coroné Gomes foi lá no tumulto do desfile do Dois de Julho - tomar conta dos seus preciosos percentuaizinhos, visando pleitear algo no futuro - e, se fosse dado a "resenhas de ilusão" poderia fazer igual ao Petê e dizer que aquele povo todo estava lá por causa dele. O candidato foi, bateu o ponto, bateu o pé em algum lugar e vazou, talvez vislumbrando que - mais uma vez - não vai dar.

Simone Tebet: Simone Tebet é uma terceira via interditada e sem perspectiva de desobstrução. E só.

Os candidatos ao governo do Estado também saracotearam na fextinha do Cabloco mas ninguém deu ibope a eles não. Nem eu.