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O mais arriscado seria não apoiar o TFFF, diz ministro climático da Noruega, sobre recuo alemão

Eriksen disse que, embora tenha havido avanços no financiamento para florestas nos últimos anos, inclusive no Brasil, ainda faltam recursos e acesso a eles

Por FolhaPress
Às

O mais arriscado seria não apoiar o TFFF, diz ministro climático da Noruega, sobre recuo alemão

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

JÉSSICA MAES

O ministro de Clima e Meio Ambiente da Noruega, Andreas Bjelland Eriksen, reafirmou o apoio de seu país ao Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês), criado pelo governo brasileiro, em entrevista à reportagem nesta terça-feira (11).

Questionado sobre a motivação do governo alemão, que, segundo reportagem do UOL, não anunciou um aporte de recursos no mecanismo por temor a riscos financeiros, o norueguês respondeu que cada país deve fazer sua própria avaliação, mas foi firme: "Do nosso lado, sentimos talvez que o maior risco agora seria não apoiar a ideia do TFFF", afirmou.

Eriksen disse que, embora tenha havido avanços no financiamento para florestas nos últimos anos, inclusive no Brasil, ainda faltam recursos e acesso a eles. "Uma maneira muito importante de preencher essa lacuna é certamente poder unir financiamento privado e público da maneira que o TFFF faz", explicou.

Visitando Belém para participar da COP30, a conferência das Nações Unidas sobre mudança climática, ele participou do evento "Papel da Energia Renovável no Combate à Crise Climática" no Espaço Folha na manhã desta terça.

O investimento de US$ 3 bilhões (R$ 15,8 bilhões) em dez anos anunciado pela Noruega na quinta-feira (6) foi o maior aporte prometido até agora.

O ministro da pasta ambiental acrescentou que a promessa norueguesa está condicionada à mobilização de pelo menos US$ 10 bilhões de capital estatal pelo TFFF, além da adoção de um "modelo financeiro final sólido" e de um "sistema de gerenciamento de risco adequado".

"Mas, dado o trabalho já realizado pelo Banco Mundial, nos sentimos muito confiantes de que esse será o caso."

O fundo chegou a US$ 5,5 bilhões em investimentos anunciados na Cúpula de Líderes, que precedeu as negociações da COP. Os valores foram comemorados pelo governo brasileiro, embora ainda representem menos de um quarto (22%) do que o Brasil espera reunir em verbas públicas.

O Ministério da Fazenda afirmou desde a concepção do fundo que o objetivo era arrecadar US$ 25 bilhões dos países patrocinadores. Às vésperas da COP30, o ministro Fernando Haddad disse que a meta é chegar ao fim de 2026 com US$ 10 bilhões em aportes públicos.

LACUNA DE AMBIÇÃO CLIMÁTICA
Eriksen também afirmou que a Noruega deve apoiar a inclusão do debate sobre a falta de ambição das metas climáticas nacionais na agenda oficial da COP30. A iniciativa foi proposta pelo grupo de negociação dos pequenos Estados insulares, os mais vulneráveis ao aumento de temperaturas.

Um relatório divulgado pelo braço climático da ONU na segunda (10) mostrou que, considerando as metas já entregues, as emissões de carbono devem cair cerca de 12% até 2035, comparado aos níveis de 2019. O número fica muito abaixo do corte de 60% considerado necessário para conter o aquecimento global em 1,5°C até o final do século.

"Precisamos abordar a lacuna entre a soma das NDCs [sigla para contribuições nacionalmente determinadas, como são chamados os compromissos dos países] e as metas do Acordo de Paris, então apoiamos essa abordagem", disse.

"Existem instrumentos no Acordo de Paris para trabalhar nisso, mas é importante que sejamos capazes de sentar juntos e mergulhar nessas conversas difíceis."

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