"O que ocorreu em 8 de janeiro 2023 não foi combustão espontânea", diz Moraes
Ministro afirma que os ataques às sedes dos Três Poderes foram parte de tentativa de manutenção de poder

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, relator do processo sobre a tentativa de golpe, afirmou nesta terça-feira (9) que os atos de 8 de janeiro de 2023 não foram espontâneos. Na retomada do julgamento, ele classificou a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes como parte de um plano de manutenção e tomada de poder.
"O que ocorreu em 8 de janeiro 2023 não foi combustão espontânea. O que ocorreu em 8 de janeiro de 2023 foi a conclusão de um procedimento de tomada e manutenção de poder a qualquer custo por um grupo político que se transformou, lamentavelmente, numa organização criminosa", declarou Moraes.
Segundo o ministro, os atos foram preparados e financiados desde 2021. Ele destacou que a execução do plano não teve êxito devido à atuação das Forças Armadas.
"A sequência de todos esses atos executórios desde meados de junho de 2021 mostra claramente a consumação dos tipos [penais] apontados pela Procuradoria-Geral da República. Mas mostra que apesar dessa consumação dos crimes, dos tipos penais, em virtude da reação dura, a reação constitucional do comandante do Exército e do comandante da Força Aérea, não houve tempo hábil, antes do término do mandato, para o autogolpe para se manter no poder e impedir a continuidade", emendou.
Moraes reforçou que o planejamento iniciado dois anos antes foi consumado nas invasões de janeiro de 2023.