OMS alerta para impacto global após corte de ajuda dos EUA
Suspensão afeta tratamentos contra HIV e serviços essenciais em países vulneráveis

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou na última segunda-feira (17) que a suspensão da ajuda externa dos Estados Unidos comprometeu severamente o fornecimento de tratamentos para o HIV em oito países, incluindo Haiti, Quênia e Nigéria, que enfrentam risco de desabastecimento nos próximos meses.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacou que a interrupção ameaça reverter duas décadas de avanços no combate à doença, podendo resultar em mais de 10 milhões de novas infecções e três milhões de mortes relacionadas ao vírus.
Além do HIV, a pausa nos repasses, determinada pelo governo de Donald Trump, afeta programas de combate à poliomielite, malária e tuberculose, e ameaça a continuidade da Rede Global de Laboratórios de Sarampo e Rubéola — uma preocupação crescente diante do ressurgimento do sarampo nos próprios Estados Unidos.
A OMS também alertou que 80% dos serviços de saúde apoiados pela entidade no Afeganistão correm o risco de fechar. Apenas em março, 167 unidades de saúde foram desativadas, e mais 220 podem encerrar atividades até junho, caso não haja uma intervenção financeira urgente.
Com a retirada do apoio americano, que representava cerca de 20% do orçamento total da OMS, a agência já congelou contratações e revisou suas metas financeiras. O orçamento para operações de emergência, antes previsto em US$ 1,2 bilhão para 2026-2027, foi reduzido para US$ 872 milhões.