OMS cria comissão para tratar da solidão mundial
Grupo internacional deve durar três anos
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
A Organização Mundial da Saúde (OMS) vai criar uma Comissão Internacional para Conexão Social como iniciativa global voltada para combater a epidemia de solidão, considerada pela entidade como uma ameaça urgente à saúde.
Nos próximos três anos, a comissão, liderada pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, pelo cirurgião-geral norte-americano Vivek Murthy e pelo enviado da União Africana para a Juventude, Chido Mpemba, abordará a solidão como uma questão global crítica, promovendo a conexão social como prioridade e acelerando soluções em países ao redor do mundo.
A comissão, composta por 11 políticos, líderes de opinião e defensores de causas, representa uma resposta inédita da comunidade global à crescente ameaça da solidão. Em entrevista coletiva, Tedros Adhanom Ghebreyesus afirmou que esta é "a primeira iniciativa global para combater a epidemia da solidão", destacando que a comissão buscará estabelecer a conexão social como uma prioridade de saúde global e compartilhar as intervenções mais promissoras.
O diretor-geral da OMS alertou para as graves consequências para a saúde e o bem-estar associadas ao isolamento social e à solidão, enfatizando que pessoas sem ligações sociais suficientemente fortes correm maior risco de desenvolver problemas como acidente vascular cerebral, ansiedade, demência, depressão e suicídio. Chido Mpemba, enviado da União Africana para a Juventude, ressaltou que os jovens não são imunes à solidão e que o isolamento social pode afetar qualquer pessoa, de qualquer idade, em qualquer lugar.
Contrariando a percepção comum de que o isolamento social atinge principalmente os idosos em países desenvolvidos, a OMS apresentou dados que revelam a extensão do problema. Segundo a entidade, uma em cada quatro pessoas idosas sofre de isolamento social em todas as regiões do mundo, enquanto 5 a 15% dos adolescentes também enfrentam a solidão.