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OMS inclui velhice em lista doenças e especialistas temem mascaração de problemas de saúde reais

Iniciativa, segundo os especialistas, também pode aumentar o preconceito contra idosos

Por Da Redação
Ás

OMS inclui velhice em lista doenças e especialistas temem mascaração de problemas de saúde reais

Foto: Getty Images

Após a decisão da Organização Mundial da Saúde (OMS) de incluir a velhice na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID), os especialistas do setor se mostraram preocupados e temem que a iniciativa da organização mascare problemas de saúde reais para a terceira idade, aumente o preconceito contra idosos e interfira no tratamento e na pesquisa de problemas de saúde e na coleta de dados epidemiológicos.

A CID existe desde 1900 e vigora na décima edição, mas a CID 11 já foi elaborada e está em fase de ajustes. É nela que entrará o código MG2A, que se refere à velhice. A nova versão passa a valer em janeiro de 2022, com prazo de três anos para ser implementada. A CDI é um guia de linguagem médica, com detalhamento de doenças, e também é usada para classificar as causas de internação de pacientes e de morte nos atestados de óbito. Para os especialistas, a inclusão equivale a classificar oficialmente velhice como doença.

O líder da equipe de classificação de terminologias e padrões da OMS, Robert Jakob, afirma que a inclusão de velhice no documento não significa torná-la uma doença e sim uma condição. Ele classifica a discussão como um “profundo mal-entendido”. “O rótulo “velhice” substitui “senilidade”, usado na CID-10. A decisão resultou de discussões que apontavam para a conotação cada vez mais negativa de “senilidade” nos últimos 30 anos”, afirma Jakob.

Já o epidemiologista Alexandre Kalache, do Centro Internacional de Longevidade, diz que o termo escolhido é pior que o anterior: “Trocaram um termo mal definido por outro ainda mais criticável, pois velhice contempla apenas a idade cronológica e não um processo de declínio e fragilidade”. No Brasil, cerca de três quartos das mortes ocorrem a partir dos 60 anos, por doenças cardiovasculares, oncológicas, neurológicas, entre outras. E, se todos os casos forem apontados como velhice, argumentam os especialistas, há riscos de faltarem informação e investimento específicos para o tratamento dessas doenças.

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