Economia

Onda de calor deve impactar inflação e bolso dos brasileiros

Gastos com água, luz e medicamentos serão os maiores vilões no período

Por Da Redação
Ás

Onda de calor deve impactar inflação e bolso dos brasileiros

Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil

A onda de calor, que atinge o Brasil entre esta e a próxima semana, pode gerar impactos não só na saúde e bem-estar dos brasileiros, mas também no bolso. Isso porque, segundo especialistas, a produção de alimentos pode sofrer com o fenômeno provocado pelo “super-El Niño”, alterando os preços para o consumidor final.

Indo além, é provável que haja aumento também no consumo de energia elétrica e água, bem como diversos outros segmentos podem ter queda de produtividade, com custos mais altos.

"Com o aumento da temperatura global, algumas pragas podem ficar mais resistentes, o que vai forçar o sistema agrícola a usar mais fertilizantes, agrotóxicos e investir em outras estratégias de controle, elevando os custos de produção. Esse aumento acaba sendo repassado para o consumidor, piorando o custo de vida", explica Marta Camila Carneiro, professora de MBAs da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Ainda falando sobre o agronegócio, que atualmente é a base para a indústria de gênero alimentício, outro ponto é a de culturas que não se adaptam ao calor. "O café, por exemplo, é uma planta que precisa de temperaturas mais amenas para a produção ser boa e de qualidade. Com o calor acima da média, vai haver perda e, consequentemente, falta desse produto, o que também faz o preço subir", avalia a profissional.

Esse cenário de prejuízos também pode gerar desequilíbrios na balança comercial, “principalmente no que se refere à safra de grãos”. Ainda segundo a professora, há ainda o risco do país produzir menos por causa da piora na saúde da população. "O tempo mais quente prejudica o sono, o que aumenta o cansaço. Causa mal-estar, dilatação do sistema sanguíneo e queda de pressão, o que leva o trabalhador a fazer mais paradas durante o expediente, principalmente para se hidratar".

Consequentemente, não será surpresa caso o gasto com medicamentos aumente no período. "Com essa onda de calor excessivo, o brasileiro poderá ter também um crescimento de gastos no consumo de remédios, uma vez que as pessoas não se hidratam adequadamente ou podem até sofrer com outros problemas diante desse cenário atípico", conta o professor do curso de ciências contáveis da Faculdade Anhanguera, João Batista de Oliveira Bolognesi.

João ainda destaca outros vilões dos brasileiros durante este período mais quente. "O bolso dos brasileiros com certeza será afetado, e a conta de luz deve ser uma das maiores responsáveis, principalmente por conta do maior consumo de energia elétrica", afirma Bolognesi. Ele afirma que essa necessidade de usar ventilador, ar-condicionado e outros aparelhos eletrônicos simultaneamente para amenizar o calor será a causa desse impacto.

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