ONU alerta que concentração de gases do efeito estufa na atmosfera bateu recorde em 2022
Agência da ONU alerta para papel dos combustíveis fósseis nesse cenário
Foto: Agência Brasil
De acordo com alerta da ONU divulgado na quarta-feira (15), a concentração de gases do efeito estufa na atmosfera bateu recorde em 2022, em uma tendência de alta que não parece mudar. Essa concentração é responsável pelas mudanças climáticas que estão sendo observadas nos últimos anos.
As concentrações médias globais de dióxido de carbono (CO₂), o principal gás do efeito estufa, ultrapassaram no ano passado em 50% os valores pré-industriais. As concentrações de metano e os níveis de óxido de nitrogênio também registraram recordes em 2022, com a alta anual mais expressiva já observada.
Em 2023, a tendência de aumento permanece. Informações são do boletim anual de gases do efeito estufa da Organização Meteorológica Mundial (OMM), que deve ser discutido na reunião anual da ONU sobre o clima, a COP28, que acontecerá de 30 de novembro a 12 de dezembro em Dubai.
A meta do Acordo de Paris de 2015 é limitar o aumento da temperatura do planeta a menos de 2°C na comparação com o período pré-industrial, e a 1,5°C, se possível.
Segundo um relatório anterior da ONU, a temperatura média do planeta em 2022 já estava 1,15°C superior ao nível da época pré-industrial.
O dióxido de carbono, responsável por quase 64% do efeito do aquecimento global, é majoritariamente produzido pela queima de materiais fósseis e da produção de cimento, segundo a OMM. O CO₂ se acumula na atmosfera e provoca o aumento da temperatura global.
Levando-se em consideração a vida útil do CO₂, o aquecimento já observado persistirá durante várias décadas, mesmo que as emissões líquidas sejam rapidamente reduzidas a zero.
O secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, afirmou que "não existe varinha mágica" para reverter o excesso do dióxido de carbono, mas recomendou a redução do uso de combustíveis fósseis para diminuir os impactos.