ONU aponta que 1,1 bi de pessoas vivem na pobreza no mundo

Em novo relatório publicado pela Organização das Nações Unidas, divulgado na quinta-feira (17) no Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, foi indicado que pelo menos 1,1 bilhão de pessoas em 112 países são consideradas multidimensionalmente pobres. Dentro desse número, quase metade (455 milhões) está em países expostos a conflitos violentos, chegando até reverter progressos obtidos de redução dos níveis de indigência. 

Conforme estudo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) com a Iniciativa Oxford sobre Pobreza e Desenvolvimento Humano, mais da metade dos pobres são crianças menores de 18 anos, com 584 milhões. O contexto se agrava nas zonas rurais, onde 28% da população mundial são pobres, do que nas zonas urbanas, onde essa condição afeta 6,6% das pessoas. O estudo calcula que o total de 828 milhões de pessoas são desprovidas de saneamento. Em relação à moradia, o número chega a 886 milhões. Os habitantes do planeta sem combustível para cozinhar chegam a 998 milhões.

Considerando o índice global, a Angola apresenta número elevado de 51,1% da população em pobreza multidimensional, com 31,1% vivendo abaixo da linha de pobreza. Em comparação, o Brasil tem uma proporção de 3,8% de pobres em vários campos e 3,5% vivem abaixo da linha. Outro país com um número alarmante é a Guiné-Bissau, que apresenta 64,4% da população em pobreza multidimensional e 26% sobrevivendo com menos de US$ 2,15.

Em análise detalhada da relação entre conflitos e pobreza, o estudo conclui que nos países em guerra a taxa de pobreza é de 34,8% da população total, indicando que esse ciclo impede e até mesmo reverte avanços para reduzir a pobreza. A recomendação é que aumentem as ações e a execução de tarefas de recuperação visando baixar a carência nesses cenários.