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ONU denuncia ditador Nicolás Maduro

Relatório condena líder por execuções e máquina de repressão

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ONU denuncia ditador Nicolás Maduro

Foto: AFP Photo/FEDERICO PARRA

A ONU, em seu Alto Comissionado para Direitos Humanos, denuncia o governo de Nicolás Maduro por "milhares" de execuções sumárias e violações graves de direitos humanos. Esse é o fruto da primeira investigação independente realizada de fato sobre a Venezuela e sua crise humanitária. Os dados serão apresentados oficialmente nesta sexta-feira (5), em Genebra, e o governo de Caracas promete dar uma dura resposta.

Esse inquérito revela ainda tortura, o uso de grupos paramilitares e a manipulação de programas sociais, além de quase 800 presos políticos no país.

Michelle Bachelet, ex-presidente do Chile, que comanda o escritório da ONU, foi até a cidade de Caracas há algumas semanas e o governo deu sinais de que poderia liberar presos políticos. Mas, logo após o final da viagem, e prisão e morte de um dos opositores reabriu a crise e as dúvidas sobre a sinceridade de Maduro ao dizer que estaria disposto a manter o diálogo.

A organização pede agora que o governo da Venezuela tome medidas "imediatas e concretas para colocar fim e remediar as graves violações dos direitos econômicos, sociais, civis, políticos e culturais documentadas no país".

Caso a situação não melhorar, “o fluxo sem precedentes de migrantes e refugiados venezuelanos continuará, e as condições de vida dos que restam irão piorar", alerta a entidade.

Segundo a investigação, o governo de Nicolás Maduro colocou em prática uma estrutura para "neutralizar, reprimir e criminalizar os opositores políticos e os críticos do governo". "Uma série de leis, políticas e práticas restringiu o espaço democrático, desmantelou o equilíbrio institucional e permitiu padrões de graves violações", aponta.

"O relatório também destaca o impacto do aprofundamento da crise econômica que tem deixado as pessoas sem os meios para cumprir seus direitos fundamentais à alimentação e à saúde", diz.

Esse relatório tem base em 558 entrevistas com vítimas e testemunhas de violações de direitos humanos e da deterioração da situação econômica na Venezuela e em outros oito países, além de outras fontes, o relatório abrange o período de janeiro de 2018 a maio de 2019.

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