ONU denuncia graves violações em conflito Ucrânia-Rússia 662 dias após invasão russa
Alto Comissariado da ONU documenta mortes, feridos e crimes de guerra na Ucrânia
Foto: Ocha/Viktoriia Andriievska
O Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU continua a registrar e confirmar graves violações do direito internacional, dos direitos humanos e crimes de guerra, principalmente cometidos pelas forças russas após 662 dias da invasão russa à Ucrânia, .
Em um diálogo interativo nesta terça-feira, o alto comissário de Direitos Humanos, Volker Turk, declarou que "a Rússia fracassou amplamente em tomar medidas adequadas para proteger civis e infraestruturas civis contra os efeitos de seus ataques".
Os números são alarmantes: até 4 de dezembro, foram registradas e confirmadas mais de 10 mil mortes de civis no conflito desde fevereiro de 2022, incluindo mais de 560 crianças. Além disso, 18,5 mil civis foram confirmados como feridos, muitos com gravidade.
Turk ressaltou: "A Rússia deve cessar imediatamente o uso da força contra a Ucrânia".
No território ocupado, a Missão de Monitoramento de Direitos Humanos na Ucrânia documentou casos de tortura generalizada, maus-tratos a detidos, incluindo violência sexual, e inúmeros desaparecimentos forçados.
O relatório apresentado nesta terça-feira pelo alto comissário abrange fatos entre 1 de agosto e 30 de novembro deste ano. Durante esse período, foram documentados 2.440 civis mortos e feridos, a maioria por armas explosivas com efeitos de área ampla, como projéteis de artilharia, foguetes, munições cluster e mísseis.
As mortes aconteceram principalmente em áreas próximas das linhas de frente de combate, como Donetsk, Kharkiv, Kherson e Zaporizhzhia, afetando desproporcionalmente pessoas idosas e aquelas incapazes de se deslocar para locais mais seguros.
Ataques de mísseis contra áreas residenciais densamente povoadas, longe das linhas de frente, também causaram baixas significativas. Os recentes ataques com mísseis em Kyiv, que feriram mais de 50 pessoas e danificaram prédios residenciais, são um exemplo.
Além disso, desde fevereiro de 2022, mais de 1.000 vítimas civis foram causadas por minas e resíduos explosivos de guerra, ampliando o cenário de dor e tragédia na região.