ONU Mulheres afirma preocupação após Afeganistão obrigar uso de burca
Com a mudança decretada pelo Afeganistão , elas só poderão ir à rua agora “em caso de necessidade”

Foto: Unicef/Alessio Romenzi
A Organização das Nações Unidas (ONU) para Mulheres, afirmou que está "gravemente preocupada" com o anúncio do movimento islâmico Talibã, que é autoridade de fato no Afeganistão, de que as mulheres do país terão de cobrir seus rostos em público com o uso da burca.
António Guterres, secretário-geral do órgão, também comentou uma nova regra que proíbe as mulheres a saírem de casa. Com a mudança, elas só poderão ir à rua agora “em caso de necessidade”.
O governo do local ainda informou que qualquer violação dessa medida será cobrada dos parentes homens da mulher em questão, a partir de uma punição.
Sima Bahous, diretora-executiva da ONU Mulheres, disse nesta segunda-feira (9), que a liberdade do movimento é um direito humano fundamental. A líder da agência da ONU disse ainda que é um pré-requisito absoluto para a habilidade da mulher de exercer plenamente seus direitos sendo ativa na sociedade. Para Bahous, quando os direitos das mulheres ficam limitados, todos são diminuídos.
Há algumas semanas, o Afeganistão anunciou que as mulheres também não poderiam retornar ao trabalho ou completar seus estudos. Para Guterres, essas ações das autoridades afegãs de negar o acesso à educação de meninas além do sexto ano escolar é profundamente danosa.
Além disso, Agências de direitos femininos informaram à ONU que o Talibã também está proibindo as mulheres de dirigir, viajar em transporte público ou de se locomover de um lugar a outro. Com isso, elas ficam impedidas de ter acesso a serviços de saúde a escapar de situações de violência.