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Bahia

Operação Faroeste: advogado Iran Furtado esclarece atuação em processo envolvendo borracheiro

Segundo o advogado, notícias falsas foram divulgadas com a intenção de prejudicá-lo

Por Da Redação
Ás

Atualizado
Operação Faroeste: advogado Iran Furtado esclarece atuação em processo envolvendo borracheiro

Foto: Divulgação/OAB

Diante dos fatos divulgados pela imprensa na manhã desta sexta-feira (23), o advogado Iran Furtado de Souza Filho esclareceu ao Farol da Bahia que não tem envolvimento com todos os processos da Operação Faroeste, que investiga um esquema de venda de sentenças relacionadas à grilagem de terras no oeste da Bahia.

Em entrevista, ele explicou que foi contratado para atuar em favor do borracheiro José Valter Dias, descrito pelo ministro Og Fernandes, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), como o “maior latifundiário do oeste”, apenas em um processo específico, que tinha como objetivo fechar um acordo para encerrar as disputas entre, segundo ele, os três principais agentes da operação. 

Ao contrário do que foi veiculado, Iran afirmou que não concorda com a alegação de que estaria apoiando a suposta manutenção de litígios por parte de José Valter, mesmo após este ter sido acusado judicialmente de integrar uma organização criminosa envolvida na grilagem de terras na região. Além disso, negou conhecer a advogada Rosane Rosolen, apontada como a profissional que teria advogado para José Valter antes.

"Fui contratado para atuar em favor de José Valter Dias no auge da Operação Faroeste, quando ocorreram as prisões. Quem me indicou para advogar foi o ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Luiz Viana Queiroz”, explicou o advogado.

“Minha função era exclusivamente atuar em um processo, com o objetivo de tentar um acordo entre José Valter Dias, a família Okamoto e o pessoal da Bom Jesus Agropecuária, que são os três principais atores da operação", continuou.

"Havia um acordo em andamento entre eles, mas os advogados da Bom Jesus Agropecuária e da família Okamoto não queriam negociar com os advogados de José Valter. Eles os consideravam inescrupulosos e, por isso, não queriam sentar à mesa com eles. Diante disso, foi sugerido a José Valter que encontrasse um advogado que não estivesse envolvido em corrupção. Entre outros nomes, o meu foi indicado", completou.

Iran Furtado afirmou ter sido vítima de informações falsas de cunho pessoal e disse que, para evitar se envolver em outros processos relacionados a diferentes fases da operação, estabeleceu um termo de 'compliance' (leia aqui) com José Valter Dias. Esse documento estabelece as políticas e procedimentos necessários para garantir que as atividades acordadas estejam em conformidade com as leis, regulamentos e normas éticas aplicáveis.

Além disso, afirmou que as negociações do acordo eram conduzidas não diretamente com José Valter, mas com o filho dele, Joilson Gonçalves Dias, que também é investigado na Operação Faroeste.

"Quem tratou diretamente comigo foi o filho de José Valter, que é senhor idoso com a saúde bastante debilitada. Inclusive, nunca o encontrei pessoalmente, apenas em uma chamada de vídeo, quando ele assinou o acordo”, afirmou. 

Acordo concluído

Iran Furtado afirmou que foram necessários dois anos para que ele e os advogados das outras partes chegassem a um acordo. No entanto, até o momento, o tratado ainda não foi homologado. 

"Eu e os advogados das outras partes passamos dois anos tentando chegar a um acordo para que eles parassem de brigar. O acordo foi concluído, assinado, protocolado e solicitamos a homologação ao juiz. O juiz negou e as três partes recorreram. Até hoje, a disputa continua sobre a homologação”, explicou o advogado. 

“O objetivo desse acordo era extinguir grande parte do litígio que gerou todos os desdobramentos da Faroeste. Os advogados envolvidos no acordo não têm notadamente nenhuma participação nos atos criminosos ocorridos anteriormente. Fora isso, não tenho mais nenhuma ligação com essa ação. Não sou advogado de pai e filho no processo que envolve acordo com produtores. Só tenho esse processo", completou. 

Iran afirmou que vai interpelar criminalmente o autor das informações divulgadas na imprensa baiana nesta manhã, com o objetivo de que ele “se retrate". 

“Estou sendo perseguido porque denunciei irregularidades em uma licitação na qual uma empresa baiana atuou de forma irregular e o Ministério Público deu um parecer sugerindo suspender a contratação desta empresa junto a um órgão municipal. Isso não é motivo para que ninguém me persiga, uma vez que o próprio Ministério Público acatou, mostrando que agi corretamente”, concluiu. 

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