Orçamento das universidades está menor que o de antes da pandemia, alertam reitores
Na última sexta-feira (3), o governo anunciou um corte de 7,2% na verba destinada às universidades em 2022
Foto: Agência Brasil
Reitores das universidades federais afirmaram aos deputados da Comissão de Educação da Câmara, nessa segunda-feira (6), que o Orçamento de 2022 está abaixo do disponível disponível antes da pandemia, em 2019. Segundo eles, falta, ao menos, R$1 bilhão no Orçamento deste ano para que se consiga, pelo menos, o que foi gasto há 3 anos, cerca de R$6,2 bilhões.
De acordo com Franklin Silva Júnior, representante do Fórum Nacional dos Pró-Reitores de Planejamento e Administração, as matrículas nas universidades federais foram de 769 mil em 2019 para 1,1 milhão milhão 2019. Franklin também ressaltou que 95% das pesquisas são feitas nestas universidades. A reitora da Universidade Federal de Minas Gerais, Sandra Almeida, falou sobre a queda de recursos no período.
“Nós estamos maiores, mais inclusivos, melhores, com mais impacto para a sociedade; e com um orçamento que, no caso da UFMG, está de volta a patamares de 2009. Quer dizer, não dá, não tem como nós sustentarmos este tipo de contexto”, disse a reitora.
O ex ministro da Educação e presidente da Sociedade Brasileira para o Congresso da Ciência chamou atenção para o fato de que os cortes incidem sobre despesas que, na prática, não podem ser cortadas, como água e luz. Stephanie Silva, por sua vez, representando a Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação, disse que os orçamentos não dependem apenas do Executivo. “Eu penso que a questão do incremento de recursos é algo que deve ser pensado em conjunto pelo Congresso Nacional, pelos setores econômicos e, de fato, decidir pela prioridade para a Educação”, observou.
O deputado Rogério Correia (PT-MG) criticou a ausência secretário-executivo do Ministério da Economia, Marcelo dos Guaranys, e disse que vai defender um novo convite, agora para o ministro da Economia, Paulo Guedes. Segundo Correia, os cortes poderiam ser feitos nas emendas indicadas pelo relator do Orçamento deste ano no Congresso.
“Este ano, repito, são R$ 16,5 bilhões. Então quando se fala em fazer contingenciamento, deveriam em primeiro lugar vir essas emendas. ”
No dia 27 de maio, o Ministério da Educação havia anunciado um corte de 14,5% na verba destinada às universidades federais. Na última sexta-feira (3), no entanto, o ministro a frente da pasta, Victor Godoy, anunciou que o corte seria de 7,2%, necessários para cumprir teto de gastos, segundo o MEC.