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Origem e ancestralidade dão o tom aos espaços da CasaCor Bahia 2024: ‘temos que honrar a nossa história’

Em entrevista ao Farol da Bahia, a diretora da mostra, Magali Santana destacou a importância de celebrar as raízes baianas

Por Da Redação
Ás

Origem e ancestralidade dão o tom aos espaços da CasaCor Bahia 2024: ‘temos que honrar a nossa história’

Foto: Gabriela Daltro/CASACOR 

A valorização da ancestralidade é o foco da 28ª edição da CasaCor Bahia, considerado o maior evento cultural de arquitetura, paisagismo e design de interiores da América Latina. A mostra, aberta para a visitação até o dia seis de novembro, em Salvador, conta com 50 ambientes, em um espaço de 5.500m².

Entre os ambientes estão sete Cabanas, cinco lofts, quatro estúdios, quatro banheiros públicos, seis lojas, restaurante e café, além de livings, cozinhas, suíte master, sala de jantar, family room, wine bar, e uma praça.

As áreas que compõem a exposição foram projetadas por 76 profissionais do ramo arquitetônico, inspirados pelo tema ‘De Presente, O Agora’. Em entrevista ao Farol da Bahia, a diretora da CASACOR Bahia, Magali Santana, explicou que o foco nasceu ao refletir sobre o legado que a atual geração deixará, sem abrir mão de homenagear a ancestralidade.

“É tão forte esse apelo e a gente conseguiu trazer isso dentro da arquitetura de uma forma bem bacana. A gente tem esse ano ambientes riquíssimos em história, cultura e poesia. Fizemos questão para que o elenco entendesse que a liberdade estava dada para que eles fizessem essa narrativa em cima das suas histórias e como tudo começou aqui no Brasil, em Salvador. É uma mostra riquíssima, o elenco ‘jogou duro’”, disse.


Gabriela Daltro/CASACOR 

Para construir os projetos, os arquitetos buscaram referências em diversas regiões da Bahia e expressaram um pouco da própria história na iniciativa. O resultado é uma casa com muitas cores, diferente da valorização do bege comum na arquitetura e em outras edições.

Na visão de Magali, o grande destaque deste ano do projeto é a valorização das artes. Entre as obras expostas, há uma produzida por um artesão morador de Maragogipinho a partir de uma forma usada pelos familiares dele há mais de 120 anos. 

“Eu diria que o ponto forte da minha mostra é trazer a cultura da Bahia em forma de arte para os ambientes. Tem arquitetura pura e ambientes riquíssimos em decoração, é exatamente o que a gente espera de uma CasaCor”, ressaltou.

Raízes

As raízes culturais baianas são prestigiadas em cada canto do imóvel. As narrativas dos povos originários e africanos, que compõem o território, podem ser vistas no uso do barro, que remete aos imóveis tradicionais do estado; na vista para o mar, que dá espaço aos 1.100 km de extensão do litoral baiano; além de uma homenagem às ganhadeiras de Itapuã, na lavanderia. 

De maneira pessoal, Magali revelou que enxerga a história dos antepassados no uso de materiais feitos de sisal, espécie de planta que se concentra no semiárido nordestino, de grande importância socioeconômica para os moradores da região.

“A minha maior felicidade hoje é dizer que eu consegui fazer com que as raízes da minha família, que é do sertão do sisal, estejam aqui. Ver que a gente tem um ambiente da maior exportadora de sisal, provavelmente meu avô foi fornecedor dessa empresa, é lindo demais, é a minha história, minha ancestralidade. Ver isso tudo acontecendo como forma de arte é muito incrível porque a gente tem que honrar o que a gente tem de história e eles honraram, cada um dentro de sua ancestralidade. Isso é muito lindo”.

O Bahia Othon Palace foi escolhido para abrigar a casa neste ano. Um dos marcos históricos da capital baiana, o hotel cinco estrelas, situado no bairro da Ondina, busca reacender a lembrança da população, seguindo o tom nostálgico da edição.

“Como o Othon vai ser um empreendimento residencial, essa é a despedida, porque o Othon tem uma coisa muito forte de memória afetiva dos baianos. Tem muita coisa contada sobre lá, casais que se conheceram no Othon, as festas, o réveillon”, explicou Magali.


Tarso Figueira/CASACOR

Visitação gratuita

Os ingressos que permitem o acesso à CasaCor custam R$ 90 a inteira e R$ 45 a meia, e podem ser adquiridos através do site. Com o objetivo de atender àqueles que não podem arcar com a entrada, a edição disponibiliza sete ambientes para visitação gratuita.

Os interessados poderão contemplar a recepção, café, uma das lojas, restaurante, lounge bar, charutaria e ambiente de meditação.

“Eu entendi que eu tinha que fazer uma gentileza urbana. Tem pessoas que querem ver o Othon e não podem pagar, ou simplesmente fazer uma refeição e eu entendi que eu podia fazer isso. Tenho no meu coração o dever cumprido de pessoas que não podem pagar e podem ter um pouco da CasaCor para si”.


Xico Diniz/CASACOR 

Serviço:

O quê: CASACOR Bahia 2024
Quando: 17 de setembro a 6 de novembro 
Onde: Bahia Othon Palace, Av. Oceânica, 2294, Ondina, Salvador - Bahia
Valor: R$ 90 (inteira) e R$ 45 (meia)

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