Oruam é transferido para presídio em Bangu e mantido isolado dos demais detentos
Rapper foi indiciado por sete crimes e se entregou à polícia no fim da tarde de terça-feira (22)

Foto: Reprodução/TV Globo
O rapper Mauro Davi Nepomuceno dos Santos, conhecido como Oruam, foi transferido para o Complexo de Bangu, após passar a noite no presídio de Benfica. Segundo a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), ele está custodiado em uma cela individual no Complexo de Bangu, separado dos demais detentos.
Oruam se entregou à polícia no fim da tarde de terça-feira (22). Ele foi indiciado por sete crimes: tráfico de drogas, associação ao tráfico, resistência, desacato, dano, ameaça e lesão corporal.
Inicialmente, ele foi transferido para a Cadeia Pública José Frederico Marques, por volta das 20h30. No entanto, a administração do sistema prisional decidiu transferi-lo para a Penitenciária Dr. Serrano Neves, no Complexo de Gericinó, em Bangu. O motivo da mudança não foi divulgado.
O mandado de prisão preventiva contra o cantor foi expedido na terça, após a Polícia Civil afirmar que ele impediu a apreensão de um menor procurado por tráfico e roubo, na noite de segunda-feira (21).
Na ocasião, a polícia entrou em confronto durante a operação para apreender um adolescente na casa de Oruam, no bairro do Joá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O rapper e os amigos atacaram policiais e impediram o cumprimento do mandado contra o investigado que conseguiu fugir. Assim como Oruam, ele se entregou na terça.
Segundo a polícia, o adolescente é ligado à facção criminosa Comando Vermelho (CV), atua como segurança pessoal do traficante Doca, apontado como chefe do tráfico no Complexo da Penha, e é considerado um dos maiores ladrões de veículos do estado.
Oruam relatou o caso em tempo real nas redes sociais. O rapper acusou os polícias de perseguição. ““Eu quero ver vocês me pegarem aqui dentro do Complexo. Não vai me pegar! Vai tomar no c*. Eu sou filho do Marcinho, seus filhos da p*t*”.
Antes de se entregar, Oruam postou um vídeo anunciando a decisão. "Eu errei. Desculpa aí todo mundo, vou provar para vocês que não sou bandido. Vou dar a volta por cima e depois vou vencer através da minha música", falou.
No pedido de prisão, a Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) afirma que a residência de Oruam se tornou um "ponto de encontro e abrigo para criminosos e foragidos da Justiça". Em fevereiro, agentes encontraram o traficante Yuri Pereira Gonçalves abrigado na residência do rapper. À época, Oruam foi preso e liberado horas depois.
Oruam ganhou notoriedade em 2022 com o lançamento da música “Invejoso”, ingressando na gravadora Mainstreet, de Orochi. Desde então, acumula hits e subiu aos palcos de grandes festivais, como Rock in Rio e Lollapalooza, em 2024.
O rapper é filho de Marcinho VP, apontado como um dos chefes históricos do Comando Vermelho, preso desde 1996. Em 2023, subiu ao palco do Lollapalooza usando uma camiseta com os dizeres “Liberdade para Marcinho VP”. Ele também é afilhado de Elias Maluco, condenado pelo assassinato do jornalista Tim Lopes.
A fama do rapper motivou a vereadora paulistana Amanda Vettorazzo (União Brasil e MBL) a protocolar um projeto de lei para proibir a contratação de artistas que façam apologia ao crime organizado e ao uso de drogas. Em resposta, o artista lançou a faixa “Lei Anti O.R.U.A.M”.