Outono reacende preocupação com doenças respiratórias
Ao Farol da Bahia, especialista explica a diferença entre doenças como Covid-19, resfriado, asma e rinite
Foto: Divulgação
As doenças respiratórias de origem viral, entre elas os resfriados, podem aparecer com mais frequência no outono, que começou no dia 20 de março e segue até o dia 21 de junho, devido ao clima frio e seco. Durante a pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, o cuidado deve ser reforçado para evitar a transmissão dos vírus respiratórios. Além disso, os sintomas das doenças respiratórias mais comuns nessa estação do ano são praticamente os mesmos da Covid-19. Em entrevista ao Farol da Bahia, a coordenadora do Depto Científico de Rinite da ASBAI, Dra. Maria Cândida Rizzo, disse que os sintomas que mais podem se confundir são os das síndromes gripais.
“Os sintomas que mais podem se confundir com os de COVID são os das síndromes gripais, uma vez que são sintomas de vias aéreas como dor de garganta, coriza, espirros e obstrução nasal, acompanhados de febre e outros sintomas como cefaleia, dores musculares”, disse.
Segundo ela, é comum que as pessoas confundam, principalmente, os sintomas da asma e da rinite nessa época do ano e, por isso, é necessário ficar atento às diferenciações sintomáticas de cada doença. “A rinite é uma doença crônica inflamatória da mucosa nasal com manifestações de coriza, espirros seguidos, obstrução nasal e coceira no nariz e olhos. O paciente que tem rinite conhece em geral seus sintomas e deve mantê-los sob controle, utilizando as medicações receitadas pelo médico e cuidar do ambiente domiciliar para ter menos contato com ácaros da poeira doméstica. Estes sintomas não se acompanham de mal estar geral”, explicou.
“A asma também é uma doença crônica das vias aéreas baixas, com manifestações pulmonares, de causa alérgica em grande número de pacientes. As manifestações são de tosse e ou falta de ar, mas também sem sintomas gerais”, completou.
Já em relação ao resfriado, também muito comum no outono, a Dra. Maria Cândida Rizzo disse que ele se caracteriza por uma inflamação nasal de causa infecciosa viral com sintomas semelhantes aos de rinite, mas aparecem de forma abrupta e apresentam uma autolimitação em até 7 dias. “O indivíduo percebe que após o terceiro dia, vai melhorando a cada dia. Por outro lado, os sintomas de COVID iniciam-se em sua maioria com dor de garganta, sintomas nasais em alguns casos, cefaleia, febre, mal estar, dores musculares. Na evolução, pode surgir tosse, falar de ar, sintomas gastrintestinais (diarreia, náuseas), com manutenção ou não de febre. Os sintomas são sistêmicos ou gerais, em sua maioria”, disse.
Ainda durante a entrevista, ela explicou que, durante o outono, a principal dica para se manter saudável é manter o tratamento em dia. “Nesta estação do ano, em especial, os pacientes alérgicos devem ter seu tratamento em dia, para manter os sintomas sob controle. Isto facilita a evolução em caso de infecção viral. Em especial no momento atual de pandemia, os cuidados para manter o distanciamento físico, o uso de máscaras e a higiene mais rigorosa das mãos, são fatores determinantes na prevenção de infecções virais respiratórias”, concluiu.
Além disso, é necessário respeitar as regras de prevenção e cuidado, como o uso de máscaras e distanciamento social. No caso das infecções respiratórias, a recomendação é evitar o contato com doentes, além de ambientes fechados e aglomerados. Também é importante fazer a lavagem das mãos com água e sabão ou o uso de álcool em gel 70% de forma frequente, além de evitar o compartilhamento de objetos que possam estar contaminados. Especialistas ressaltam ainda a importância da vacinação contra a gripe, cuja campanha começou neste mês. A doença é causada pelo vírus influenza, que também tem um aumento de circulação no outono.