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Saúde

Outubro Rosa: detecção precoce do câncer de mama aumenta a chance de cura para mais de 90%

Recomendação médica é que mulheres a partir do 40 anos realizem mamografia anualmente

Por Emilly Lima
Ás

Atualizado
Outubro Rosa: detecção precoce do câncer de mama aumenta a chance de cura para mais de 90%

Foto: Divulgação

Outubro é o mês de conscientização sobre o câncer de mama e do colo do útero, bem como a promoção da detecção precoce dessas doenças. Na Bahia, em 2023, 3.818 pessoas foram internadas com câncer de mama, sendo 3.758 mulheres e 60 homens, de acordo com dados da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab). Embora seja uma das principais causas de morte entre mulheres no mundo, a doença também acomete homens, representando 1% do total de casos.

O câncer de mama possui diversos fatores de risco para o seu desenvolvimento, principalmente em mulheres a partir dos 40 anos, sendo que o maior risco se concentra entre os 50 e 69 anos. Mulheres com história familiar de câncer de mama ou ovário, alcoolismo, histórico pessoal ou biópsias mamárias prévias cujo resultado apresentou atipias celulares, sedentarismo, obesidade, consumo excessivo de açúcares e gorduras saturadas devem ficar atentas aos sinais.

De acordo com o coordenador de mastologia do Hospital da Mulher, Dr. André Dias, além do nódulo, o público feminino deve ficar alerta para os seguintes sinais: ferimento na pele da mama ou na papila ("bico do seio") que não cicatriza, saída de sangue ou líquido cristalino pelo mamilo, inversão do mamilo e retrações na pele.

"O diagnóstico precoce realmente aumenta significativamente a chance de cura. Quando o câncer de mama é diagnosticado na fase mais inicial possível (quando ainda é chamado de carcinoma in situ), a chance de cura beira os 98%, ao passo que pacientes com diagnóstico já em fase metastática apresentam apenas uma taxa de sobrevivência de 16% após cinco anos de acompanhamento. Além das chances de cura, o diagnóstico precoce permite tratamentos menos agressivos, sendo que, em muitos casos, a quimioterapia e até mesmo a retirada da mama podem ser evitadas", explicou o mastologista em entrevista ao Farol da Bahia.

Foi através de um mutirão de exames gratuitos de mamografia no município de Adustina, no interior da Bahia, que Eleuza Maria de Jesus, de 48 anos, descobriu o câncer de mama. "Detectaram que havia uma alteração e me encaminharam para fazer uma ultrassonografia, e foi quando o exame detectou. Depois disso, me mandaram para uma cidade chamada Pombal, onde realizei o procedimento de punção e de lá recebi o resultado e, de forma imediata, me encaminharam para iniciar o tratamento aqui em Salvador", relatou, ao detalhar o momento em que recebeu o diagnóstico.

Por sorte, dona Eleuza não descobriu a doença em estágio avançado, já que nunca havia realizado o exame, que é recomendado ser feito anualmente a partir dos 40 anos. Após o susto e ao entender que o câncer estava no início, passou a se preocupar mais com a saúde e a incentivar as amigas a fazerem o mesmo.

"Eu não fazia o exame anualmente; essa foi a minha primeira vez e fui vitoriosa, porque hoje eu já aconselho minhas amigas a fazerem. É muito importante a gente se cuidar, e hoje sou uma pessoa que incentiva a realização do autoexame, mamografia, exames ginecológicos, todo tipo de exame", destacou a paciente.

Questionada pela reportagem sobre os planos futuros e sonhos, dona Eleuza enfatizou que o grande foco de sua vida hoje é o cuidado com ela mesma. "Eu me vejo me cuidando cada vez mais, com alimentação, atividade física; faço caminhada, funcional, fisioterapia. Tudo que é para o meu bem, eu faço", disse.

O estilo de vida é primordial para a saúde, principalmente porque pode influenciar na prevenção não só do câncer de mama, mas também de outras doenças. Segundo o Dr. André Dias, manter uma rotina com atividade física, alimentação saudável, hidratação e abstinência de bebidas alcoólicas pode reduzir o risco de desenvolvimento do câncer de mama em até 33,4%.

Exame preventivo

Um levantamento feito pelo Instituto Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica) apontou que 52% das mulheres ainda subestimam a importância da mamografia para o diagnóstico precoce do câncer de mama. Na pesquisa, outras 54% ainda acreditam que o autoexame é suficiente para detectar suspeitas da doença.

No entanto, pesquisas comprovam o benefício da realização da mamografia anual a partir dos 40 anos. "Estudos demonstram a redução da mortalidade por câncer de mama ao se realizar mamografia anual a partir dos 40 anos de idade. Para grupos de risco, como aquelas que possuem mutação genética confirmada para genes relacionados ao câncer de mama ou história familiar de parentes de primeiro grau que tiveram câncer de mama ou ovário em idade jovem (abaixo de 50 anos), essa idade pode ser reduzida, conforme prescrição médica, mas não antecipada antes dos 30 anos de idade", detalhou o Dr. André Dias.

Segundo o mastologista do Hospital da Mulher, a mamografia pode ser realizada antes dos 40 anos em alguns casos de mulheres que pertencem aos grupos de risco, mas nunca antes dos 30. Para casos abaixo dessa faixa etária, a recomendação médica inclui exames de ultrassonografia mamária e ressonância nuclear magnética.

É importante destacar que o autoexame é uma ferramenta eficaz na detecção precoce do câncer de mama, mas não substitui o exame de mamografia. "[O autoexame] ajuda a paciente a conhecer o estado normal da sua mama e, assim, facilita a observação de alterações patológicas logo que se tornem clinicamente detectáveis", afirma o médico.

Como o autoexame deve ser feito?

De frente ao espelho, uma vez ao mês (idealmente uma semana após o início da menstruação), a mulher deve observar a presença de lesões na pele e no bico da mama, assim como retrações ou abaulamentos de início recente. Em seguida, deve realizar a palpação, que pode ser feita em movimento circular por toda a extensão mamária, em busca de nódulos.

Ao final, é fundamental realizar a expressão do mamilo e observar o aspecto do líquido que eventualmente sair. Os padrões suspeitos do líquido são: secreção unilateral (apenas de uma mama), saída por apenas um orifício, e com aspecto sanguinolento ou cristalino.

Caso suspeite da doença, o recomendado é agendar uma consulta com um mastologista.

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