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Oxford afirma que ‘turismo internacional só vai voltar aos níveis pré-pandemia em 2023'

Setor sofreu uma queda de 73%

Por Da Redação
Ás

Oxford afirma que ‘turismo internacional só vai voltar aos níveis pré-pandemia em 2023'

Foto: Guglielmo Mangiapane / Reuters

O líder da divisão Tourism Economics, David Goodger, afirmou em entrevista ao jornal O Globo, que o cenário habitual de aeroportos bem movimentados e hotéis só deve acontecer em 2023, ou mesmo em 2024. Goodger é da consultora britânica Oxford Economics.

Googder conta que a pandemia do novo coronavírus provocou um retrocesso no mercado de viagens e turismo e causou uma diminuição de 73% no setor.

Goodger será um dos participantes da webinar "O novo turista e os novos produtos", parte do projeto Broadcast SP, da Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo. O seminário virtual acontece nesta terça-feira, 30 de junho, a partir das 14h, com transmissão pelo Youtube (no canal secturismosp).

O consultor faz uma análise a respeito da extensão dos prejuízos causados pela pandemia para o turismo mundial e afirma que não é possível conhecer o tamanho do prejuízo. “É impossível conhecer toda a extensão do impacto com total precisão, mas, mesmo com a expectativa de alguma recuperação inicial no segundo semestre do ano à medida que as restrições forem levantadas, estimamos que o mercado internacional de viagens em 2020 será menor que metade de seu tamanho em 2019. Este será o ano mais baixo para viagens internacionais há mais de 15 anos.

“Temos que reconhecer que também há incerteza significativa nas perspectivas. Nosso cenário de previsão negativa foi compilado sob a suposição de que restrições mais rigorosas às viagens são necessárias por um período mais longo, juntamente com um cenário econômico ainda mais fraco e um menor entusiasmo do viajante, o que causaria uma queda de 73% nas viagens globais em 2020 - o que é ainda mais grave, se considerarmos que as expectativas de crescimento do setor, pré-coronavírus, eram de quase 4% no turismo global. As atividades domésticas de viagens também caíram acentuadamente no ano até o momento, com grandes quedas de cerca de 33% em relação ao ano passado”.

Ele afirmou que o setor se mostrou resiliente, mas que demandará um tempo para o setor retomar os níveis anteriores. “O setor de viagens provou ser resiliente na recuperação de uma série de impactos anteriores em todos os destinos e esperamos uma recuperação nos níveis anteriores de atividade. No entanto, levará tempo para a recuperação econômica, incluindo uma recuperação na renda e nos gastos das famílias, enquanto a disposição de viajar será afetada negativamente por algum tempo”, afirmou.

“O turismo internacional voltará aos níveis pré-pandemia só em 2023 ou 2024, no pior caso. No entanto, haverá algum impacto duradouro na atividade econômica e nas viagens, e as perspectivas de médio prazo agora são mais baixas do que em nossa previsão pré-pandêmica”, acrescentou.

O consultor também analisou a situação do Brasil no âmbito de recuperação do turismo e afirmou que o país é dependente do mercado doméstico “O Brasil enfrenta um claro desafio em termos do grande número de casos notificados e da percepção de falta de segurança por parte dos potenciais visitantes. Por outro lado, é altamente dependente do mercado doméstico. No Brasil, as atividades domésticas de viagens representam uma proporção maior de receitas, viagens e pernoites do que na maioria dos outros grandes destinos. A maior queda nas viagens internacionais não terá um impacto tão grande dentro do país se a atividade doméstica puder retomar mais rapidamente do que o esperado. Uma consequência dessa grande demanda doméstica é que há apenas uma demanda limitada de viagens de saída e, portanto, apenas uma oportunidade adicional limitada de substituição da demanda internacional pela demanda doméstica, o que é evidente em outros lugares”, pontuou.

“O Brasil corre menos riscos do que muitos outros destinos com expectativa de recuperação estável, se as viagens domésticas puderem ser incentivadas com segurança. Mas há menos oportunidades de crescimento do que em outros lugares e uma recuperação mais rápida é menos provável”, disse.

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