Pacientes transplantados têm dez vezes mais risco de morrer de Covid-19, diz associação
ABTO pede urgência na inclusão dessas pessoas na fila de prioridade da vacina
Foto: Reprodução/ CNN Brasil
De acordo com a Sociedade Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), pessoas que receberam transplante de órgão têm dez vezes mais chances (20%) de serem infectadas pela Covid-19 e evoluírem o caso para morte, do que a população geral (2,4%). Todos paciente que recebe transplante de órgão precisa tomar medicamentos imunossupressores pelo resto da vida para evitar a rejeição do novo órgão pelo organismo.
“Esses medicamentos debilitam o sistema imunológico, tornando esses pacientes mais vulneráveis a infecções. Por isso, a infecção por Covid-19 nesse grupo tende a ser mais grave e daí a urgência em serem imunizados”, diz José Huygens Garcia, presidente da ABTO, em entrevista à CNN Brasil.
Procurada pela reportagem, a pasta informou que “os pacientes imunossuprimidos, como os oncológicos e transplantados, entre outros, estão contemplados no ‘Grupo com comorbidades’ desde a 1ª edição do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação Contra a Covid-19”.
“A priorização do Programa Nacional de Imunizações (PNI) para determinados grupos leva em conta o cenário epidemiológico e considera a necessidade de preservação do funcionamento dos serviços de saúde e a proteção dos grupos que apresentam maior risco de internações por complicações da doença e de óbito”, segue a nota.
Outra preocupação é quanto a quantidade de doação de órgãos. Mais de 43 mil pacientes aguardam por um transplante. Segundo Huygens, em 2020 houve uma queda de 12,7% nas doações em comparação com 2019. Para 2021, o cenário ainda pode ser pior. “Não temos os números de 2021 ainda, pois fechamos os dados a cada 3 meses. Mas claramente teremos uma queda grande no número de doações neste ano”, afirma.