Padre é denunciado por intolerância religiosa após fala ofensiva sobre orixás e Preta Gil; Bela Gil responde
Bela Gil utilizou o Instagram na quinta-feira (31) e chamou o sacerdote de 'padre desrespeitoso'

Foto: Reprodução/Redes Sociais
Um padre, identificado como Danilo César, foi denunciado por intolerância religiosa após utilizar a morte de Preta Gil para desdenhar de religiões de matriz afro-indígenas, em uma missa na cidade de Areial, no interior da Paraíba. A apresentadora Bela Gil, irmã de Preta Gil, utilizou as redes sociais na quinta-feira (31), para se manifestar sobre a atitude do padre.
Em resposta ao Padre, Bela republicou nos stories do Instagram uma postagem do filósofo Leandro Karnal sobre as falas do padre, e comentou: "é cada absurdo que a gente precisa ouvir. Seu padre desrespeitoso".
Entenda o caso
Em um vídeo postado no canal do Youtube da Paróquia, durante uma transmissão ao vivo, o padre cita o caso da morte da cantora Preta Gil, vítima de um câncer colorretal, que faleceu no dia 20 de julho, nos Estados Unidos. Na ocasião, Danilo César, desdenha da atuação da religião de Preta na recuperação dela.
"Eu peço saúde, mas não alcanço saúde, é porque Deus sabe o que faz, ele sabe o que é melhor para você, que a morte é melhor para você. Como é o nome do pai de Preta Gil? Gilberto Gil fez uma oração aos orixás, cadê esses orixás que não ressuscitaram Preta Gil? Já enterraram?”, disse o padre durante a cerimônia.
Após as repercussões negativas sobre a fala do padre, o conteúdo foi removido das redes sociais da Paróquia.
Denúncia
A Associação Cultural de Umbanda, Candomblé e Jurema Mãe Anália Maria de Souza denunciou o caso de intolerância religiosa à Polícia Civil, afirmou que a fala do padre distorce a religião, e alegou que o caso também será denunciado no Ministério Público da Paraíba (MPPB).
Outros dois boletins de ocorrência foram registrados contra o padre por intolerância religiosa e a fala que cita o nome de Preta Gil. Segundo o delegado da seccional de Areial, delegado Danilo Orengo, e a responsável pelo inquérito policial, delegada Socorro Silva, ambos os fatos serão analisados na mesma investigação.
A delegada Socorro Silva afirmou que o padre será ouvido no inquérito, e as investigações seguem na fase de escuta de testemunhas. Após o relato das testemunhas, o padre será ouvido.
A Associação Cultural de Umbanda, Candomblé e Jurema Mãe Anália Maria de Souza disse que seguirá com o acompanhamento do caso e prestará suporte à associação, além de "encaminhar às autoridades competentes para retratação do padre".
O que diz a Paróquia?
A Diocese de Campina Grande, responsável pela paróquia do padre denunciado, divulgou que o padre "vai prestar, por meio da assessoria jurídica, todos os esclarecimentos necessários aos órgãos competentes".