Pai é preso na Bahia suspeito de dopar, estrangular e matar filho autista de 15 anos no Espírito Santo
A madrasta do adolescente, Luciene da Silva Santos, é suspeita de participar do crime e é considerada foragida
Foto: Divulgação/PC
Um produtor rural de 42 anos foi preso suspeito de dopar e matar o próprio filho, um adolescente autista de 15 anos.
O adolescente foi estrangulado com um cipó dentro da residência, em Jaguaré, no Norte do Espírito Santo, em 2021. Na época, a morte foi anunciada como suicídio, mas depois foram constatados sinais de homicídios na investigação.
José Hilton Bonfim foi localizado em Camamu, cidade da Bahia, na quarta-feira. A madrasta do adolescente, Luciene da Silva Santos, é suspeita de participar do crime e é considerada foragida.
De acordo com a Polícia Civil, João Vitor dos Santos foi morto em fevereiro de 2021 e, inicialmente, pai e madrasta pronunciaram que o menino havia cometido suicídio, mas alguns detalhes investigados chamaram a atenção dos peritos e as investigações tomaram novo rumo. As informações foram divulgadas na última quinta-feira (21).
O titular da Delegacia de Polícia (DP) de Jaguaré, delegado Rodrigo Alves Damasceno, responsável pelo caso, disse que o crime foi constatado por meio de um laudo cadavérico na vítima.
“Em razão de ser usado um estrangulamento, já começamos a descartar o suicídio. Isso porque, quando há estrangulamento, é necessário haver uma força atuante que faça a constrição do pescoço do rapaz e ele (a vítima) não conseguiria fazer isso”, explicou o delegado.
Alves emendou que o corpo do menino também não tinha sinais de defesa pessoal ou luta corporal contra o estrangulamento, o que levou à corporação a fazer um exame toxicológico.
“Foi solicitado ao médico legista que estudasse se tinha medicamento na corrente sanguínea e foram encontrados outros medicamentos que causam indução do sono. O menino morreu estrangulado, dormindo. Ele foi levado ao estado de torpor”, afirmou.
De acordo com a polícia, a família da vítima morava em uma fazenda afastada, José Hilton era meeiro do local há cerca de 10 anos e morava no local com a mulher e as duas filhas que o casal teve. Verificações da Polícia Civil diz que o menino dormia sozinho em um alojamento separado do pai, no mesmo terreno, e era carente de afeto familiar. O pai falou para a corporação que o filho tinha personalidade difícil. Entretanto, relatos de moradores da região dão conta que o adolescente era bem cuidado e amado.
O delegado informou que dois meses depois do crime, a família se mudou, o que foi mais um indício para as investigações. Isso porque José Hilton pediu para que a pessoa responsável pela mudança informasse aos investigadores que iria residir em Sooretama, quando, na verdade, todos foram para a cidade baiana de Camamu.
“Eles trabalhavam há 10 anos na fazenda e se mudaram 2 meses após a morte, com uma justificativa não tão plausível, de que tinha terminado a colheita do café. E pediram ao profissional da mudança para avisar que iriam para Sooretama, quando, na verdade foram para a Bahia. Isso reforçou a tese”, finalizou.
A Polícia Civil informou que, no início de novembro, a Justiça do Espírito Santo decretou a prisão preventiva de José Hilton e Luciene. Com o apoio da Polícia Militar e da Polícia Civil da Bahia, as autoridades conseguiram localizar José Hilton. O casal havia se separado pouco após a mudança para o estado vizinho, e Luciene permanece foragida. A Polícia Civil segue em busca de novas informações para localizar e prender a mulher.