Países nórdicos reduzem o consumo de álcool após regulamentação rigorosa, aponta OMS
Proibições, tributação e limitações contribuem para menor índice de ingestão da substância
Foto: OMS/Sergey Volkov
A adoção de regulamentações mais rigorosas sobre o consumo de álcool tem surtido efeito positivo nos países nórdicos. Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia estão entre as nações europeias com menor índice de ingestão da substância. As informações foram divulgadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta segunda-feira (3).
Dentre as medidas adotadas estão proibições ou restrições à comercialização de álcool, políticas de tributação e preços, e limitação da disponibilidade da bebida. Segundo a OMS, uma das principais ideias por trás da abordagem nórdica é considerar que os danos à saúde superam os potenciais lucros econômicos e receitas que podem vir da venda de bebidas alcoólicas.
Uma característica marcante nessa estratégia é o sistema de monopólios estatais sobre o varejo. Na maioria desses países, o governo controla quando, onde e a que preço o álcool é vendido. O objetivo dos sistemas de monopólio é limitar os vários efeitos negativos do álcool sobre a população e a sociedade, reduzindo o número de pontos de venda e aplicando outras medidas regulamentares, como a restrição do horário de comércio e das promoções de vendas.
Comparados a outros sistemas de comércio de álcool, os monopólios de varejo nórdicos têm se mostrado uma ferramenta eficaz para limitar a disponibilidade física da substância. Esse modelo foi reconhecido como uma boa prática em sistemas internacionais de pesquisa e classificação.
A OMS também destaca que a tributação exerce um papel importante nessa redução do consumo de álcool. Um dos benefícios observados é o adiamento do início do consumo pelos jovens. Além disso, os impostos especiais sobre o consumo de álcool nos países nórdicos geraram receitas estatais que podem ser usadas para investir em cuidados de saúde.