Pandemia: endividamento privado deve frear o crescimento global, diz FMI
Dívida privada global aumentou 13% do PIB em 2020
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Os analistas do Fundo Monetário Internacional (FMI) lembraram nessa segunda-feira (18), em documento, que governos federais e bancos centrais ao redor do mundo conseguiram diminuir a "dor" da pandemia ao injetar liquidez na economia, com auxílios para o consumidor e garantias de crédito para empresas, além de moratórias para o pagamento de juros. No entanto, as medidas aumentaram a dívida privada.
"A dívida privada global aumentou 13% do produto interno bruto mundial em 2020 – mais rápido do que o aumento observado durante a crise financeira global e quase tão rápido quanto a dívida pública dos países", diz o texto
Segundo o texto, o impacto foi desigual entre as economias. O grau de exposição a serviços que demandam contato físico e o poderio dos auxílios governamentais foram determinantes para um maior ou menor comprometimento de dívidas "Nossa análise mostra que o empecilho pós-pandemia ao crescimento pode ser muito maior em países onde (1) o endividamento está mais concentrado entre famílias e empresas vulneráveis, (2) o espaço fiscal é limitado, (3) o regime de insolvência é ineficiente, e (4) a política monetária precisa ser apertada rapidamente", afirmam os analistas.
Para o FMI, as condições monetárias e os efeitos também precisam ser observadas com atenção em diferentes países. "Onde a recuperação está bem encaminhada, o apoio fiscal pode ser reduzido mais rapidamente. Em outros lugares, os governos devem direcionar o apoio fiscal para os mais vulneráveis na transição para a recuperação, mantendo-se dentro de estruturas fiscais credíveis de médio prazo", afirma o fundo.
O FMI sugere que as autoridades reforcem os mecanismos de reestruturação de empresas para promover "uma rápida realocação de capital e trabalho para as empresas mais produtivas". "Da mesma forma, se as grandes dívidas das famílias ameaçarem a recuperação, os governos devem considerar programas de reestruturação de dívida com boa relação custo-benefício destinados a transferir recursos para indivíduos vulneráveis que são mais propensos a gastar sua renda", afirmam os analistas.