Pandemia: interesses por videogames saltam e desenvolvedores temem falta de profissionais no setor

Com as restrições impostas, milhares de brasileiros foram forçados a ficarem em casa em razão da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Com o tempo mais livre, muitos passaram a adotar mais interesse pelos jogos eletrônicos após o início do isolamento. Com o aumento de procura por videogames, os desenvolvedores enfrentam dificuldades para contratar por falta de mão de obra qualificada no mercado.  

Ao comparar com o mesmo período de 2019, a Sony aumentou seu faturamento no segmento de games em 149%. Entre abril e junho, foram vendidos 91 milhões de jogos para PlayStation 4, alta de 83% na comparação anual. Na Microsoft, o faturamento da unidade de games (venda de consoles, jogos e assinaturas) disparou 65%.

A Nintendo também recebeu inúmeros pedidos pelo console Switch. A quarentena impulsionou as vendas do blockbuster “Animal crossing: new horizons”. Lançado em março, o game vendeu 12 milhões de cópias em 11 dias e, no segundo trimestre, mais 10,6 milhões. A empresa mais que dobrou seu faturamento, para US$ 3,4 bilhões, e fez seu lucro disparar 428%, para US$ 1,4 bilhão, frente ao mesmo mês de 2019.
 
Com o desemprego, as desenvolvedoras estão encontrando dificuldades pela falta de mão de obra qualificada. A Wildlife Studios é uma das poucas que está se mantendo no mercado e já contratou mais de 350 profissionais neste ano, e ainda há planos para a abertura de mais 310.

"A indústria de games ainda não tem tradição no país. Quando olhamos para os nossos concorrentes, são empresas muito menores. Se eu preciso de um profissional com muita experiência, ele não existe no Brasil, tenho que importar ou encontrar pessoas em outras áreas", explica Gabriela Mollo, gerente de aquisição de talentos na Wildlife.