Pandemia reduz até 90% das cirurgias eletivas e hospitais preveem demissões
O faturamento do setor é de R$ 83,7 bilhões, 82% pagos por operadoras de saúde
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Entidades representativas de hospitais informam que o Brasil registra queda de 90% no movimento por causa do cancelamento de exames e cirurgias eletivas causados pela pandemia de Covid-19. Já se tem instituições dando férias coletivas e dispensando funcionários, algumas sob ameaça de fechamento a partir do fim do mês.
Para tentar minimizar os efeitos da crise, o setor, juntamente com a área de medicina diagnóstica, busca linhas especiais de financiamento no BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento), e tem feito gestões no Ministério da Economia para isso.
As entidades tentam também negociar com planos de saúde o repasse, por um período de três a quatro meses, de parte da receita estimada que teriam se estivessem trabalhando dentro da normalidade.
O faturamento do setor é de R$ 83,7 bilhões, 82% pagos por operadoras de saúde.
Entidades
A FBH (Federação Brasileira dos Hospitais) diz que o impacto é tão severo que muitas das instituições não têm fôlego para fechar o mês de abril. Ela reúne 4.000 hospitais no país, a maioria pequenos e médios. Cerca de 70% deles se dedicam apenas a atendimentos eletivos.
Avaliação parecida tem a Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados), que concentra 122 instituições de ponta como Albert Einstein, Sírio-Libanês e Oswaldo Cruz.
No Einstein, 520 cirurgias foram canceladas neste mês por conta da Covid-19. "É um impacto muito grande. Os procedimentos eletivos, os exames complementares, são os que dão sustentabilidade financeira a uma organização de saúde", diz Sidney Klajner, presidente do hospital.