Pangolim é identificado como possível hospedeiro do coronavírus
Carne do pangolim é considerada uma iguaria em alguns países asiáticos
Foto: ROSLAN RAHMAN/ AFP
O pangolim, único mamífero conhecido coberto por escamas de queratina, foi identificado como o possível hospedeiro intermediário que transmitiu o coronavirus aos humanos. O pequeno animal, que está em extinção, embora seja pouco conhecido na Europa, é considerado o animal mais traficado a nível mundial.
Os primeiros estudos do novo coronavírus são em 96% idênticos aos já identificados nos morcegos, mas o vírus não foi passado destes animais para os humanos. A partir desta conclusão, a procura por um hospedeiro intermediário continuou, e ao que apontou uma investigação da Universidade de Agricultura do sul da China, poderá ser o pangolim.
O animal é conhecido por ser coberto por escamas e é a espécie mais traficada no mundo. Na Ásia, e em particular na China, a carne do pangolim é uma iguaria, e suas escamas são usadas na medicina tradicional por alegadas propriedades medicinais que a ciência não confirma, segundo a organização não-governamental Wildlife Conservation Society (WCS). "A procura por pangolins na Ásia é tão grande que um número impressionante de pangolins é retirado da natureza a cada ano", refere a associação.
Em meados do ano 2002 e 2003, na epidemia de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, na sigla em inglês), o hospedeiro identificado como tendo transmitido a doença aos humanos foi a civeta, um pequeno mamífero cuja carne também é muito apreciada na China. Na sequência da epidemia, as autoridades chinesas proibiram o consumo da carne destes animais.
Os cientistas da Universidade de Agricultura estudaram mil amostras de animais selvagens e concluíram que o vírus encontrado no pangolim era em 99% idêntico ao do coronavírus que infetou os humanos. Não é uma prova concreta, porque vários cientistas disseram que é preciso aprofundar a investigação para se chegar a uma conclusão mais definitiva.